Com perto de um século de história, o Savoy Classic é um dos símbolos do turismo na Madeira e vai agora ser demolido para dar lugar a um hotel mais moderno. Os últimos hóspedes saíram do hotel esta segunda-feira e foi nessa altura que os trabalhadores ficaram a saber que iam parar ao desemprego.
Os funcionários foram informados directamente pelos administradores Joe Berardo e Horácio Roque, e receberam a notícia com revolta.
«Não nos deram nenhuma satisfação para fechar as portas», afirmou Celina Sousa, uma das funcionárias do restaurante, que trabalhava no grupo há mais de 20 anos.
José Manuel, outro dos trabalhadores, lamentou que a empresa não tenha transferido os funcionários para outras unidades do grupo hoteleiro, onde «há falta de pessoal».
Adolfo Freitas, do Sindicato de Hotelaria e Turismo, acusou a Siet Savoy de ter enganado os trabalhadores, depois de ter garantido, por várias vezes, que não iria haver despedimentos.
Para o sindicalista, a administração da empresa agiu de «má-fé» e deu a notícia aos funcionários «nas costas dos representantes dos trabalhadores».
O Sindicato de Hotelaria e Turismo convocou, entretanto, um plenário para a próxima quarta-feira, com vista a analisar a situação na Siet Savoy.
«Se eles estão a chorar não calcula como me sinto, apetecia-me chorar com eles», disse Joe Berardo, quando confrontado com a situação.
O administrador, citado pela agência Lusa, garantiu que «não havia outra possibilidade» e que, apesar de terem tentado colocar os trabalhadores nas outras duas unidades hoteleiras na região, o pagamento da indemnização e correspondente situação de desemprego foi a «única solução viável».
O hotel Savoy Classics foi construído em 1912, com 337 quartos distribuídos por nove pisos. Na década de 70 foi alvo de uma remodelação e tem na actualidade 13 andares.
O projecto do novo empreendimento apresentado pelo grupo de Joe Berardo prevê o ressurgimento de um Hotel Savoy mais moderno, com mais três pisos, abrangendo uma área total de edificação de 65 metros quadrados que inclui o pequeno hotel Santa Isabel (desactivado) e o Jardim Imperatriz Dona Amélia.
TSF - 11.05.09
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