A Lei Geral de Educação (LGE), aprovada recentemente no Congresso chileno, foi também alvo da contestação estudantil por manter o lucro do ensino particular e a selecção como requisito de ingresso nos colégios, aumentando assim as desigualdades.
O presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica (FEUC), Miguel Crispi, criticou o descuido que, na sua opinião, impera no modelo educativo estatal e garantiu que alguns centros estão prestes a desaparecer.
"Temos universidades estatais que estão em absoluta crise, que não vão sobreviver mais de um ou dois anos, e precisam de ajuda financeira por parte do Estado", disse Crispi à imprensa.
Também aderiram à marcha estudantes de universidades privadas que exigem políticas educativas que não contribuam para o endividamento das famílias.
Os manifestantes, enquadrados por um forte dispositivo policial, marcharam pacificamente até à Praça Bulnes, em frente ao Palácio de La Moneda.
No final da marcha registaram-se alguns incidentes menores que se saldaram na detenção de uma dezena de manifestantes.
Posteriormente, os principais dirigentes dos estudantes dirigiram-se para a sede do Governo para entregar uma carta à presidente, Michelle Bachelet, em que defendem a necessidade de reformar o ensino universitário para enfrentar a situação actual.
Num outro desenvolvimento, 30 pessoas acamparam junto a uma ribeira do rio Mapocho para exigir o perdão das suas dívidas contraídas com os bancos para a compra de casas sociais, alegando que não as podem pagar.
Pertencem à associação Andha Chile a Luchar e há seis semanas seis deles permaneceram 20 horas em cima de uma grua de 25 metros para denunciar o seu desespero.
Estas pessoas, que procedem de estratos baixos da sociedade, adquiriram casas subsidiadas pelo Estado com um crédito hipotecário na banca que agora não podem pagar devido aos juros acumulados.
Destak.pt - 14.05.09
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