Os trabalhadores da Vitrohm Portuguesa estão hoje em greve para exigir à empresa que acabe com a paragem da produção de um dia por semana e, em declarações à agência Lusa, acusam a administração de pressões.
Cerca de 50 trabalhadores concentraram-se esta manhã à porta da fábrica de resistências eléctricas em Trajouce, Cascais, a gritar "trabalho sim, 'lay-off' não", recusando a paragem de um dia por semana imposta pela administração desde Fevereiro, segundo o delegado sindical, Joaquim Alves.
Os trabalhadores "estão em paralisação devido à falta de entendimento com a empresa, implicando uma perda de ordenado de cerca de 20 por cento", disse o delegado sindical.
Joaquim Alves afirmou que os argumentos da empresa de "que existem menos encomendas, não correspondem à verdade", acrescentando que "a administração, para pagar menos aos trabalhadores, obriga a que estes trabalhem a um ritmo super acelerado".
"A administração exige que em quatro dias de produção (os funcionários) trabalhem o equivalente a cinco dias", segundo o delegado sindical, que disse ainda que "12 funcionários, cerca de 10 por cento do número total de trabalhadores, já saíram da empresa".
O sindicalista admitiu que, através do processo de 'lay-off' aplicado aos 135 trabalhadores "a administração possa estar a escamotear alguns lucros que a empresa possa vir a ter".
A agência Lusa contactou a administração da Vitrohm Portuguesa, empresa do grupo multinacional chinês Yageo, que manifestou não existir "qualquer disponibilidade para prestar declarações", reforçando que "nem mesmo mais tarde".
Dória Antunes é funcionária há 20 anos da Vitrohm Portuguesa, e hoje esteve em protesto junto aos portões da fábrica porque entende que "não existe necessidade da empresa fazer com que os trabalhadores percam tanto dinheiro no ordenado", ao fim do mês.
Os funcionários "fazem o seu melhor, mesmo com as pressões constantes da administração, para que as encomendas sejam feitas a horas", afirmou a trabalhadora fabril.
O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, através do membro da direcção Paulo Rodrigues, afirmou "que não existe necessidade da empresa continuar com o lay-off", porque a empresa tem trabalho e encomendas.
Paulo Rodrigues deixou ainda o alerta para outras empresas na mesma situação, dando como exemplo a Tyco, a Electrocampos, a Vestion, entre outras, que "prejudicam milhares de trabalhadores".
O sindicalista afirmou que "a fábrica registou uma subida significativa de encomendas em Abril, e que existem acções de formação que foram canceladas" acusando a empresa de que "se aproveita do ambiente geral de crise", para prejudicar os trabalhadores.
SIC - 11.05.09
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