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20/03/2009

Desemprego revolta milhões em França

A jornada de greves em França, esta quinta-feira, conduziu ao cancelamento de dois voos da TAP com destino a Paris (Orly) no período da tarde e à suspensão da ligação ferroviária Paris-Hendaya, de onde sai o comboio Sud-Expresso para Lisboa. Devido à forte adesão dos controladores aéreos e do pessoal de terra nos aeroportos, em Paris-Orly, cerca de 30% dos voos foram cancelados e, em Paris-Roissy, 10% ficaram sem efeito.

A companhia francesa de caminhos-de-ferro (SNCF), onde o movimento de greve começou anteontem à noite, paralisando comboios nocturnos, indicou que o tráfego ferroviário estava perturbado, nomeadamente na rede parisiense. Ficariam garantidos apenas "60% dos comboios de alta velocidade (TGV), sendo normal para as composições Eurostar para Londres e Thalys para Bruxelas".

A quebra do poder de compra, o aumento do desemprego - só no mês de Fevereiro, houve mais 59 mil desempregados em França -, os baixos salários e a falta de medidas em defesa dos mais desfavorecidos são algumas das situações na origem da contestação nacional de ontem.

O Governo "deverá aceitar voltar a discutir com os sindicatos na base das reivindicações que apresentámos no princípio do ano", que falam "de emprego, poder de compra, investimentos e políticas públicas", afirmou, ontem, Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, a principal central sindical francesa.

O primeiro-ministro francês, François Fillon, advertiu que não haverá "nenhum envelope suplementar" depois dos 2,6 mil milhões de euros acordados a 18 de Fevereiro para as famílias mais desfavorecidas.

O movimento de protesto é apoiado por uma grande maioria dos franceses, com 78% a considerarem "justificada" a jornada.

J.N. - 20.03.09

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