A Associação Académica de Coimbra afirma sentir-se "envergonhada" por haver alunos a deixar de estudar por razões financeiras. Esta quinta-feira, uma manifestação juntou cerca de 150 estudantes de cara tapada.
"Pretendemos alertar a opinião pública que os estudantes que aqui estão hoje não são números, são pessoas", afirma o presidente da Direcção-Geral da AAC, Jorge Serrote, salientando que as máscaras simbolizam o sentimento de vergonha que sentem "por haver situações destas a acontecer num Estado que devia garantir o acesso ao Ensino Superior a todos".
O estudante revela que há casos dramáticos em vários pontos do país e destacou o facto de terem havido seis estudantes da Universidade da Beira Interior a recorrer recentemente ao Banco Alimentar Contra a Fome. "Segundo relatórios recentes da Cáritas, também há relatos de ajuda a estudantes. Precisamos que estes casos sejam resolvidos", adianta, sublinhando que "quando estudantes têm de recorrer ao Banco Alimentar Contra a Fome para se alimentarem, temos a prova de que a acção social em Portugal está a falhar, sendo inaceitáveis que situações como esta existam no nosso país".
A AAC reconhece que o caso de Coimbra não é dos piores, por haver situações a serem resolvidas pelos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra. No entanto, Jorge Serrote afirma que os serviços "não têm muito mais meios disponíveis".
Além do reforço financeiro para a acção social, a AAC pretende ainda que haja alterações na forma de candidatura a bolsas de estudo, ao sugerir a existência de um novo prazo de candidatura para situações de mudança do quadro familiar. "Há situações em que os pais dos estudantes ficam desempregados de um momento para o outro", explica o presidente da AAC. Sugere ainda que se altere a contabilização da capitação anual de 14 para 12 meses, bem como o aumento do número de escalões de bolsas, "para que se promova uma verdadeira justiça social".
Para Jorge Serrote, a verba destinada à acção social escolar para 2009 "em nada vai ao encontro daquilo que é necessário para atingir o objectivo máximo de não permitir que nenhum estudante seja excluído do Ensino Superior por razões económicas.
A acção de contestação de ontem decorreu no Largo D. Dinis (na Universidade) e foi aprovada em Assembleia Magna a 11 de Março. Para terça-feira (Dia do Estudante), a AAC realiza um jogo das cadeiras, para simbolizar a falta de assento dos estudantes nos órgãos de gestão da universidade.
J.N. - 20.03.09
1 comentário:
A MIM AGORA CORTARAM-ME A BOLSA, DEVE SER POR CAUSA DA CRISE E DE TEREM GASTO O DINHEIRO COM OS MAGALHAES PARA OS MIUDOS BRINCAREM.
APOS 2 ANOS DE CURSO NO ULTIMO ANO TEREI DE DESISTIR, RICO PAIS INDE VIVEMOS.
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