Paulo Miguel Madeira
A taxa de desemprego em Portugal atingiu um novo máximo histórico de 12,4 por cento da população activa no primeiro trimestre do ano, revelou hoje o INE.
Este valor representa uma subida abrupta face ao anterior recorde de 11,1 por cento registado para o período de Outubro a Dezembro do ano passado, mas esta variação deve ser lida com cautela, pois houve uma mudança no método do INE para estimar o desemprego, cujo primeiro resultado é precisamente o do primeiro trimestre.
Este valor constitui um novo máximo alguma vez registado para a taxa de desemprego em Portugal, quer desde que o INE acompanha o desemprego (segundo trimestre de 1983), quer desde que há registo nas séries longas do Banco de Portugal, que no caso do desemprego remonta a 1953 e utiliza um conceito mais lato que o actual.
Além de reflectir as alterações no método de recolha de informação introduzidas pelo INE, a forte subida registada entre o final de 2010 e o início deste ano deverá resultar também a deterioração da actividade económica na sequência das medidas de austeridade que entraram em vigor no início do ano (como a redução salarial na função pública) e perspectivas mais negativas das empresas face ao futuro.
O desemprego em Portugal disparou desde o início da crise económica internacional que se declarou no final de 2008 (era de 7,8 por cento no quarto trimestre), mas depois de uma subida abrupta no primeiro trimestre de 2009 (para 8,9 por cento) tem subido de forma mais moderada do que a hoje registada: era de 10,1 por cento no último trimestre de 2009 e de 10,6 por cento no primeiro trimestre do ano passado.
A divulgação das Estatísticas do Emprego do INE acontecem um dia depois de o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ter divulgado que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu cinco por cento em Abril em termos homólogos, pelo quarto mês consecutivo, e 1,8 por cento face a Março.
Os números do desemprego do IEFP e do INE têm formas distintas de contabilização, sendo estes últimos os únicos que representam o conjunto da realidade do desemprego nacional, pois os desempregados podem não se registar nos centros de emprego.
Novo método não inviabiliza leitura de grandes tendências
O INE anunciou no início do ano que estava a introduzir alterações no seu Inquérito ao Emprego que implicariam uma ruptura da série de dados, inviabilizando comparações directas por exemplo da taxa desemprego, sem saber qual o efeito estatístico que isso terá e sem saber quando esse efeito ficará claro.
Foi logo anunciado que os efeitos dessas alterações se fariam sentir nos dados relativos ao primeiro trimestre do ano, que passavam a reflectir uma inquirição por telefone, quando até agora era exclusivamente presencial, e também uma “racionalização do conteúdo” do questionário.
Esta mudança ocorre num momento sensível, visto que o desemprego nacional está num máximo histórico e quando as previsões do Governo apontavam para que continuasse a subir pelo menos até 2013, para 13 por cento, valor que afinal poderá ser ultrapassado, atendendo à subida registada ainda antes de entrarem em vigor as medidas de ajustamento orçamental decorrentes do Memorando de Entendimento com a UE e o FMI.
No entanto, como reconheceu na altura a presidente do Conselho Directivo do INE, Alda de Caetano Carvalho, a alterações no método do INE “não inviabilizam” a leitura das grandes tendências de médio e de longo prazo.
Após um mínimo de 3,7 por cento no segundo trimestre do ano 2000, a taxa de desemprego medida trimestralmente pelo INE apresentou uma tendência de subida, com pequenas oscilações, quase continuada ao longo da década seguinte.
Os dados mais recentes revelados pelo Eurostat, relativos a Março, colocavam o desemprego português como o décimo mais elevado da UE e o sexto da zona euro, mas com este novo valor torna-se provável que ultrapasse o valor de outros países. A Espanha continuava a ser a campeã, com 20,7 por cento em Março.
Este valor constitui um novo máximo alguma vez registado para a taxa de desemprego em Portugal, quer desde que o INE acompanha o desemprego (segundo trimestre de 1983), quer desde que há registo nas séries longas do Banco de Portugal, que no caso do desemprego remonta a 1953 e utiliza um conceito mais lato que o actual.
Além de reflectir as alterações no método de recolha de informação introduzidas pelo INE, a forte subida registada entre o final de 2010 e o início deste ano deverá resultar também a deterioração da actividade económica na sequência das medidas de austeridade que entraram em vigor no início do ano (como a redução salarial na função pública) e perspectivas mais negativas das empresas face ao futuro.
O desemprego em Portugal disparou desde o início da crise económica internacional que se declarou no final de 2008 (era de 7,8 por cento no quarto trimestre), mas depois de uma subida abrupta no primeiro trimestre de 2009 (para 8,9 por cento) tem subido de forma mais moderada do que a hoje registada: era de 10,1 por cento no último trimestre de 2009 e de 10,6 por cento no primeiro trimestre do ano passado.
A divulgação das Estatísticas do Emprego do INE acontecem um dia depois de o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ter divulgado que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu cinco por cento em Abril em termos homólogos, pelo quarto mês consecutivo, e 1,8 por cento face a Março.
Os números do desemprego do IEFP e do INE têm formas distintas de contabilização, sendo estes últimos os únicos que representam o conjunto da realidade do desemprego nacional, pois os desempregados podem não se registar nos centros de emprego.
Novo método não inviabiliza leitura de grandes tendências
O INE anunciou no início do ano que estava a introduzir alterações no seu Inquérito ao Emprego que implicariam uma ruptura da série de dados, inviabilizando comparações directas por exemplo da taxa desemprego, sem saber qual o efeito estatístico que isso terá e sem saber quando esse efeito ficará claro.
Foi logo anunciado que os efeitos dessas alterações se fariam sentir nos dados relativos ao primeiro trimestre do ano, que passavam a reflectir uma inquirição por telefone, quando até agora era exclusivamente presencial, e também uma “racionalização do conteúdo” do questionário.
Esta mudança ocorre num momento sensível, visto que o desemprego nacional está num máximo histórico e quando as previsões do Governo apontavam para que continuasse a subir pelo menos até 2013, para 13 por cento, valor que afinal poderá ser ultrapassado, atendendo à subida registada ainda antes de entrarem em vigor as medidas de ajustamento orçamental decorrentes do Memorando de Entendimento com a UE e o FMI.
No entanto, como reconheceu na altura a presidente do Conselho Directivo do INE, Alda de Caetano Carvalho, a alterações no método do INE “não inviabilizam” a leitura das grandes tendências de médio e de longo prazo.
Após um mínimo de 3,7 por cento no segundo trimestre do ano 2000, a taxa de desemprego medida trimestralmente pelo INE apresentou uma tendência de subida, com pequenas oscilações, quase continuada ao longo da década seguinte.
Os dados mais recentes revelados pelo Eurostat, relativos a Março, colocavam o desemprego português como o décimo mais elevado da UE e o sexto da zona euro, mas com este novo valor torna-se provável que ultrapasse o valor de outros países. A Espanha continuava a ser a campeã, com 20,7 por cento em Março.
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