À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

19/05/2011

Ferroviários regressam à luta

Os trabalhadores vão voltar à greve ao trabalho extraordinário, dia 28, porque as administrações da CP e da CP Carga estão a desrespeitar o estabelecido no acordo que tinha levado à suspensão da luta.
Os ferroviários decidiram retomar a luta pela aplicação das regras do Acordo de empresa sobre o valor do descanso semanal, em dias feriados, trabalho nocturno e trabalho extraordinário, anunciou, num comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, SNTSF/CGTP-IN.
Num acordo de entendimento firmado com os sindicatos, a 21 de Abril, a administração tinha reconhecido que as regras impostas pelo Orçamento do Estado resultariam numa supressão de serviços ou na admissão de mais trabalhadores, aumentando os encargos em vez de os reduzir, como o Governo PS anunciou pretender quando tentou aplicar aos ferroviários as regras da Função Pública.
Graças a este reconhecimento e dando o benefício da dúvida, os trabalhadores decidiram suspender as greves, depois de dois meses de luta.
A opção pelas regras do AE, devido a esse reconhecimento, também consta num estudo encomendado pela administração da CP, onde se demonstra que a sua aplicação «é mais vantajosa, também para a empresa», explicou o SNTSF.
Em vez de ter dado autorização à administração para aplicar o AE, «o Governo está a arrastar o problema», não deixando alternativa aos trabalhadores senão a de retomarem a luta, motivo porque agendaram a greve ao trabalho extraordinário, nocturno e em dias de descanso, a partir das zero horas de dia 28 e até à meia-noite de 30 de Junho, em defesa do cumprimento do que foi assumido pela administração no mês passado.
Os trabalhadores da CP e da CP Carga cumprirão greves ao trabalho extraordinário. Vai também estar em greve o pessoal da CP Lisboa e da CP Porto, das bilheteiras e da área comercial.
Todos os trabalhadores farão greve ao trabalho em dia de descanso semanal e nos feriados, sempre que não sejam respeitados os tempos de repouso consagrados no AE.

Porque se luta no
Metro

«O problema do Metropolitano de Lisboa (ML) não é ser uma empresa pública, nem são os salários dos seus trabalhadores», sublinharam num comunicado conjunto da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), o STMM, o Sitra e o Fetese (ambos da UGT). Intitulado, «Porque lutam os trabalhadores do Metropolitano?», o documento foi distribuído esta semana à população utente.
«A maior parte da dívida é resultado das ampliações da rede, concretizadas depois de 1998», explica-se no comunicado, lembrando que elas foram decisão exclusiva dos governos, desde aquele ano, que as aprovaram «mas não as pagaram». Trata-se de «obras de centenas de milhões de euros cada, como a expansão da rede à Amadora, a Odivelas e a Santa Apolónia».
As organizações sindicais apontaram as causas da dívida da empresa, considerando que o ML é «roubado, a cada ano, em 12 milhões de euros das receitas dos passes sociais, um roubo feito pelo Estado que desvia esse dinheiro para as rodoviárias privadas de passageiros».
O Tribunal de Contas reconheceu que aquelas dívidas têm por base o número de passageiros em 1991, «altura em que os investimento públicos proporcionaram o alargamento da rede, enquanto os privados reduziram a oferta de serviços».

http://www.avante.pt/pt/1955/trabalhadores/114756/

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails