De acordo com os dados relativos ao mercado de emprego divulgados hoje pelo INE, a taxa de desemprego atingiu os 12,4% no primeiro trimestre de 2011. Tal facto implica que perto de 690 milhares de pessoas estão desempregadas neste momento.
Se juntarmos os inactivos disponíveis para trabalhar mas que não procuraram emprego, o número de desempregados é de 832,7 milhares, o que corresponde a uma taxa de 14,6%. E se acrescentarmos o subemprego disponível, que envolve 174 mil trabalhadores, este número ultrapassa já um milhão de pessoas.
Esta é uma situação que demonstra como são erradas e injustas as políticas que teimosamente o Governo continua a seguir.
A taxa de desemprego é de 27,8% entre os jovens com menos de 25 anos; 53% dos desempregados estão nessa situação há um ano ou mais e 29,3% há mais de dois anos; o número de beneficiários de prestações de desemprego é de apenas de 297 mil no primeiro trimestre, menos 67 mil do que em igual período de 2010.
Ao contrário do que o Governo procura fazer crer, a responsabilidade da subida do desemprego não resulta do novo método de recolha de dados. Tendo como base o anterior método, constata-se que neste período o desemprego aumentou e o emprego diminuiu, quer relativamente ao trimestre anterior, quer face ao trimestre homólogo. Este é o resultado da aprovação do Orçamento de Estado para 2011 e da recessão económica que já se faz sentir no nosso país.
Mais uma vez estamos na primeira fila da UE, não pelos melhores mas pelos piores motivos: temos o desemprego mais elevado desde que há registos em Portugal.
Mais grave ainda, é que as perspectivas de diversos organismos internacionais apontam para o agravamento da situação, caso o “Acordo” entre a UE-FMI com o Governo do PS, o PSD e o CDS, com o apoio do Presidente da República, venha a ser implementado.
No momento em que se confirma que a denominada “ajuda” à Grécia, deixou este país ainda mais endividado, com mais desemprego, pobreza e desigualdades, insistir na repetição deste processo de saque em Portugal, é inadmissível.
A insistência na defesa do “Acordo” com a troika da UE-FMI, constitui uma capitulação perante a ingerência externa, um ataque à democracia e à soberania nacional, uma negação do desenvolvimento do país e um autentico atentado aos trabalhadores e ao povo.
Para a CGTP-IN é preciso pôr termo a esta politica de desastre nacional. É urgente mudar de políticas para assegurar o crescimento económico, a criação de mais e melhor emprego, uma justa distribuição da riqueza, com o aumento do poder de compra dos salários e das pensões, e assegurar a protecção social, nomeadamente dos desempregados.
Só assim podemos combater o desemprego, a pobreza e as desigualdades e colocar o país no rumo do desenvolvimento económico e social.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 18.05.2011
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