Ana Petronilho
As instituições de ensino privado travam subida das propinas para o próximo ano.
Ninguém escapa à crise. O número de desistência de estudantes do ensino superior privado duplicou este ano e a consequência já se faz anunciar: o valor das propinas vai subir pouco em 2011/2012.
Segundo o presidente da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP), João Redondo, "a taxa de abandono dos estudantes que no ano passado era entre os 5% e os 7%, é capaz de estar a ultrapassar, neste momento, os 10% ou 12%", alerta. Para evitar este cenário no próximo ano, uma das soluções das universidades privadas passa por manter ou, quanto muito ajustar, as propinas à taxa de inflação em 2011/2012.
Das nove universidades privadas contactadas pelo Diário Económico, três indicam que vão manter o valor da mensalidade paga pelos alunos. É o caso da Universidade Autónoma, do Instituto Piaget e da Universidade Fernando Pessoa. "Tendo em conta a situação económica delicada em que se encontram os estudantes, muito em particular, daqueles que pretendem prosseguir os seus estudos rumo ao superior, decidimos manter os valores das propinas intactos em relação ao ano anterior", sublinha o director de marketing da Universidade Autónoma, Manuel Serejo. Para estudar nesta instituição de ensino superior, um estudante de licenciatura paga, em média, 330 euros mensais.
Ao lado do crescente abandono da academia, também se nota cada vez mais as dificuldades dos estudantes em pagar as suas propinas. Do universo de 90 mil estudantes que frequentam o ensino superior - universitário e politécnico- privado, neste momento, "são pelo menos 10% os que têm dificuldades de pagamento", esclarece o presidente da APESP, "enquanto que no ano passado rondava os 5%". Situação que diz ter "fortes receios de que possa vir a ser mais complicado, no próximo ano lectivo ", caso não venham a ser criados "apoios dirigidos aos estudantes", adianta João Redondo.
As instituições superiores dizem estar atentas a esta situação, porque para o director da APESP "o que mais se lamenta é que estudantes com sucesso pedagógico tenham que abandonar os estudos por dificuldades financeiras". Assim, para além de manter as propinas, as universidades e politécnicos , "têm vindo a estabelecer planos de pagamento alternativos, aliviando a carga mensal e estabelecendo um número maior de mensalidades", explica João Redondo que acrescenta que em algumas se chega mesmo a conseguir "reduções de propinas ou mesmo, em alguns casos, a isenção desta mensalidade".
No entanto, "se as dificuldades continuarem a somar as instituições não vão conseguir dar cobertura a todas as situações que vão surgindo", esclarece João Redondo, sublinhando que as propinas são a principal fonte de receita das instituições privadas .
Algumas universidades sobem preços segundo a inflação
As restantes universidades contactadas pelo Diário Económico, decidiram actualizar os preços das mensalidades para o próximo ano lectivo, indexando este valor à taxa média de inflação. É o caso da Universidade Lusófona, do ISLA, que vai subir as propinas de licenciatura em 15 euros mensais, chegando aos 340 euros, da Universidade Portucalense onde vão chegar aos cerca de 300 euros e do ISPA. Mas destas universidades, onde se vai registar o maior aumento é na Universidade Lusíada, com uma actualização de 3% no preço das propinas que variam conforme a área de curso e podem ir desde os 282 euros até aos 340 euros mensais.
As restantes universidades contactadas pelo Diário Económico, decidiram actualizar os preços das mensalidades para o próximo ano lectivo, indexando este valor à taxa média de inflação. É o caso da Universidade Lusófona, do ISLA, que vai subir as propinas de licenciatura em 15 euros mensais, chegando aos 340 euros, da Universidade Portucalense onde vão chegar aos cerca de 300 euros e do ISPA. Mas destas universidades, onde se vai registar o maior aumento é na Universidade Lusíada, com uma actualização de 3% no preço das propinas que variam conforme a área de curso e podem ir desde os 282 euros até aos 340 euros mensais.
No IADE, onde um estudante de licenciatura paga 420 euros mensais, "ainda não foi tomada uma decisão" em relação ao valor das propinas para o próximo ano lectivo, explica o presidente das escolas universitárias, daquela instituição de ensino, Carlos Duarte.
A subida das propinas das universidades justificam-se por "uma série de custos acrescidos que estavam fora dos processos, como por exemplo os custos relacionados com a avaliação e acreditação dos cursos e não só", recorda João Redondo que não deixa de sublinhar que nas instituições privadas "há um vasto conjunto de actos que estão sujeitos a pagamento, como a inscrição, a matrícula ou os exames de segunda época, que não tiveram qualquer tipo de actualização de preço".
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