Mais de 16 mil trabalhadores tinham em 2010 salários em atraso e se incluirmos também as verbas em atraso para a Segurança Social, o valor em dívida ultrapassa os 36 milhões de euros.
No ano passado, as dívidas das empresas aos trabalhadores quase duplicaram em comparação com 2009.
Na TSF, o inspector geral do trabalho, José Luís Forte, disse que o valor em falta com os trabalhadores e com a Segurança Social atinge os «36 milhões de euros quando em 2009 eram 19 milhões».
«Uma soma brutal», como reconheceu, assumindo também que continuam a existir muitas situações irregulares.
O certo é que depois de detectadas as irregulares e com a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), as empresas acabaram por pagar o dinheiro que deviam aos trabalhadores.
«Essas empresas, notificadas pela ACT, se calhar estavam a dar prioridade ao pagamento de outras rubricas e deixaram estes créditos aos trabalhadores para mais tarde. Porque se não pudessem pagar, não teriam pago depois de notificadas», esclareceu.
«Acho que descoraram o direito dos trabalhadores ao pagamento do seu salário», acrescentou José Luís Forte.
O inspector geral do trabalho confessou ainda a sua perplexidade, sublinhando que a crise não pode servir de desculpa para todas as situações mas o futuro, como antecipou, «não será diferente, e pode até ser pior».
«No 1º trimestre deste ano há dados equivalentes a 2010, portanto estou convencido que os valores vão ser no minímo iguais ao do ano passado mas não me admiraria que os valores aumentassem», afirmou Jose Luís Forte, justificando que «o mercado de trabalho não está regular».
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