A economia portuguesa deverá contrair-se 2,1% este ano e 1,5% no próximo, estima a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que está mais optimista que Bruxelas também quanto à taxa de desemprego.
A organização, que divulgou hoje as suas mais recentes previsões macroeconómicas para os países membros, apresenta previsões menos pessimistas que as recentemente divulgadas pela Comissão Europeia, que apontavam para uma queda do PIB na ordem dos 2,2% em 2011 e 1,8% em 2012.
Também nas expectativas para o crescimento da taxa de desemprego a OCDE apresenta uma visão menos pessimista, apontando para uma taxa na ordem dos 11,7% este ano e 12,7% no próximo, quando a Comissão Europeia espera que a taxa atinja uns históricos 13% já este ano.
A OCDE assume ainda que os objectivos do défice estipulados pela 'troika' no acordo entre Portugal e Bruxelas e o Fundo Monetário Internacional (FMI) serão atingidos (défice orçamental de 5,9% este ano e 4,5% no próximo).
A instituição espera ainda que a inflação acelere para 3,3% ainda este ano, estabilizando no próximo nos 1,3% à medida que a procura interna diminui e que os efeitos do aumento do preço do petróleo e dos impostos indirectos se dissipem.
"A redução do défice está a ser prosseguida e irá continuar no contexto do programa de apoio financeiro acordado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Apesar dos custos no curto prazo, a implementação estrita das medidas de consolidação é essencial para reequilibrar a economia", diz a organização.
A OCDE lembra ainda que o consumo privado em 2010 foi impulsionado pela compra de bens duradouros, num comportamento de antecipação de compras devido ao anúncio de aumento dos impostos indirectos.
A organização sublinha o crescimento das exportações portuguesas em 2010 mas relembra que o consumo privado e a compra de material militar (submarinos) levaram a que o défice externo se reduzisse apenas de forma ligeira.
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