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27/01/2011

Nunca os portugueses entraram num novo ano com perspectivas tão sombrias

Nunca os portugueses entraram num novo ano com perspectivas tão sombrias sobre a evolução da economia. O indicador de confiança do INE está ao nível mais baixo desde Março de 2009, quando Portugal estava numa forte recessão, na sequência da crise internacional.

De acordo com os Inquéritos de Conjuntura relativos a Janeiro, hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança atingiu este mês os 50,6 pontos negativos, o valor mais baixo desde Março de 2009.

Além de as perspectivas dos consumidores sobre a sua situação actual se terem deteriorado, o nível de confiança ressentiu-se sobretudo com as previsões quanto à evolução da economia para os próximos 12 meses.

No curto prazo, os portugueses esperam não só que a situação económica do país se deteriore, mas também estão convencidos de que a sua situação financeira vai piorar, que o desemprego vai aumentar e que os preços vão subir.

A pressionar para baixo a confiança dos consumidores estão as medidas de contenção postas em marcha pelo Governo este ano, como o aumento do IVA e o corte salarial na função pública, com vista a reduzir o défice.

Vários economistas e organizações (como o Banco de Portugal, o FMI e a OCDE) prevêem que esta dose de austeridade venha a estrangular o consumo privado, empurrando a economia para a recessão. Só o Governo mantém o optimismo, apontando para um crescimento tímido de 0,2 por cento.

Confiança dos empresários piora

Os dados do INE mostram, contudo, que não foi só a confiança dos consumidores que está em queda. Em Janeiro, o clima económico, indicador que mede a confiança dos empresários, também piorou, caindo de -1 ponto para 1,2 pontos. Os empresários têm vindo a perder confiança na economia desde Julho do ano passado, mas a evolução não é igual em todos os sectores.

Enquanto na construção, nas obras públicas e nos serviços, a confiança continua a recuar, está a subir na indústria transformadora e no comércio.

A confiança dos empresários ligados à área da construção atingiu mesmo, em Janeiro, o mínimo histórico da série iniciada em 1997, devido sobretudo à deterioração das expectativas sobre a evolução das encomendas.

http://economia.publico.pt/Noticia/portugueses-estao-mais-pessimistas-do-que-quando-o-pais-estava-em-recessao_1477330

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