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28/01/2011

Mais de cem trabalhadores formam cordão humano em Évora para exigir "mudança de rumo" do Governo

Mais de cem trabalhadores marcharam hoje em Évora, formando um cordão humano, entre uma praça do centro histórico da cidade e o Governo Civil, onde entregaram uma resolução a exigir uma mudança de rumo nas políticas do Governo.

“Consideramos essencial o emprego e a criação de novos posto de trabalho para a região”, afirmou o coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Évora (USDE/CGTP), Ricardo Galhardo, depois de uma audiência com a governadora Civil de Évora, Fernanda Ramos.
A reunião seguiu-se à concentração e desfile dos trabalhadores pelas ruas do centro histórico de Évora, numa iniciativa inserida na semana de luta da CGTP/In, para mostrar a indignação e o protesto dos trabalhadores com as medidas do Governo.
Debaixo de chuva, os trabalhadores entoaram palavras de ordem como: “Trabalho sim, desemprego não”, “os cintos a apertar e os lucros a aumentar” e “desemprego em Portugal é vergonha nacional”.
Referindo-se ao Programa Estratégico do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) - o protocolo de financiamento foi assinado quarta-feira -, que integra a criação em Évora do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo, o sindicalista considerou o projecto como “um bom incentivo”.
“Agora, esperemos que haja algumas empresas de valor acrescentado que possam vir a situar-se em Évora para fazer o aproveitamento do dinheiro [fundos comunitários] e que tragam emprego para a região”, afirmou.
Contudo, Ricardo Galhardo disse esperar que os empregos a criar, através deste projecto, “não sejam daqueles tão tecnológicos que tenham de trazer massa crítica de fora do Alentejo e que venham instalar-se aqui com o único intuito de aproveitar estes dinheiros”.
O dirigente sindical apontou ainda a agricultura, que absorve “apenas três por cento da população activa” do Alentejo, como uma das alternativas para a criação de emprego na região.
Só que, frisou, o sector “não tem sido bem aproveitado”, com excepção das áreas da vinha e do olival.
“O Alentejo sem agricultura não é Alentejo. Há a necessidade de aumentar o número de pessoas a trabalhar na agricultura”, defendeu.
Ricardo Galhardo criticou ainda a proposta do Governo de redução das indemnizações por despedimento, qualificando-a como a política do “despedir barato”, e os cortes salariais na função pública, contrapondo que “era possível outra política para cortar na despesa” do Estado.

http://www.destak.pt/artigo/86096-mais-de-cem-trabalhadores-formam-cordao-humano-em-evora-para-exigir-mudanca-de-rumo-do-governo

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