Mais de 100 mil estudantes participaram em dezenas de protestos, realizados durante a semana passada em várias cidades do Reino Unido, para exigir a anulação dos exorbitantes aumentos das propinas universitárias e dos cortes na educação previstos no orçamento para o próximo ano.
Convocadas pela União Nacional de Estudantes (NUS) e por várias plataformas e grupos estudantis, às acções juntaram-se professores e alunos do secundário, já que as medidas orçamentais, para além de elevarem as propinas para perto de 10 mil euros, reduzem também as verbas para obras, suprimem apoios financeiros aos de menores recursos e prevêem a supressão de postos de trabalho em todo o ensino público.
A invasão violenta da sede do partido conservador, na sequência da grande manifestação de dia 10 de Novembro, deu pretexto ao governo conservador-liberal para colocar nas ruas um poderoso dispositivo repressivo.
Na capital, no dia 24, milhares de manifestantes foram cercados por um cordão policial frente ao parlamento, ficando aí retidos durante duas horas. Nas escaramuças, 11 jovens e dois agentes ficaram feridos, 29 manifestantes foram detidos.
Mas apesar dos confrontos no centro de Londres, em grande parte provocados pela intervenção brutal da polícia, em muitas outras cidades as manifestações decorreram de forma pacífica.
Sem incidentes de maior, os estudantes conseguiram ocupar espaços de muitas universidades, designadamente na London South Bank University, Oxford, Warwick, Manchester Metropolitan ou na University of Leeds. Aqui se reúnem e debatem os próximos passos da luta. Para anteontem, terça-feira, 30, estava marcada uma nova jornada nacional de protesto.
Desde os tempos de Margareth Thatcher que não se observavam grandes movimentos estudantis no Reino Unido.
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