Vinte e dois anos depois de uma greve geral que uniu as duas centrais sindicais, Portugal vai ter novamente uma paralisação global que deverá afectar serviços chave da sociedade como educação, saúde, justiça, transportes e banca.
foto GI/Pedro Granadeiro |
Vinte e dois anos depois de uma greve geral, Portugal vai ter novamente uma paralisação global |
Desde o momento em que as duas centrais sindicais - CGTP e UGT - anunciaram a realização de uma greve geral a 24 de Novembro foram vários os sectores a anunciar a sua adesão.
A paralisação visa contestar as medidas de austeridade anunciadas em Setembro pelo governo com o objectivo de consolidar as contas públicas, entre as quais o corte de cinco por cento na massa salarial da função pública, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em dois pontos percentuais do IVA.
O secretário geral da UGT, João Proença, está convicto de que a greve geral de será a "maior de sempre" classificando-a como "justa e fundamental" para mudar as políticas.
Já para Carvalho da Silva, secretário geral da CGTP, os números dos desemprego, mais de 610 mil trabalhadores sem emprego no terceiro trimestre, "confirmam a justeza da greve geral" que, na sua opinião, deverá ter uma "forte" adesão.
Pela primeira vez numa greve geral vai estar a União dos Sindicatos Independentes, que integra, entre outros, o Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários.
Nos transportes existem pré-avisos de greve na TAP, SATA (transportadora aérea açoriana), Metropolitano de Lisboa, CP, Soflusa (empresa que faz a ligação fluvial entre Lisboa e Barreiro), Carris, Transtejo (empresa que assegura a travessia fluvial de Lisboa para Cacilhas, Trafaria/Porto Brandão, Seixal e Montijo) e na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP).
Na Banca, os trabalhadores da actividade financeira anunciaram a sua adesão em protesto contra as "políticas restritivas" que afectam o sector apesar dos elevados lucros dos maiores bancos privados.
Também estarão em greve os funcionários da ASAE (Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica), órgão de polícia criminal responsável pela avaliação de riscos alimentares e fiscalização de actividades económicas dos sectores e alimentar e não alimentar.
Respondendo a um apelo do secretário geral da UGT dirigido aos estudantes para que apoiem a greve geral faltando às aulas, os alunos da Faculdade de Ciências de Lisboa já anunciaram a sua participação.
Na educação há também pré-avisos de greve dos docentes e não docentes de todos os níveis de ensino anunciados pelas estruturas sindicais do sector, entre as quais a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional da Educação (FNE).
No entanto, o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) convocou uma greve de professores e investigadores para dia 24, mas fora do âmbito da paralisação agendada pelas duas centrais sindicais.
No sector da justiça, Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) decidiu em assembleia-geral, em Coimbra, aderir à greve geral do dia 24 tendo o seu presidente declarado que "há uma necessidade de expressar a revolta dos magistrados do Ministério Público", declarou aos jornalistas o presidente do SMMP, João Palma.
Já no que respeita à área da Saúde, médicos e enfermeiros já anunciaram a sua adesão à greve através do Sindicato Independente dos Médicos e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
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