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25/11/2010

GCTP e UGT querem salário mínimo (500 euros) cumprido em 2011

As centrais sindicais pediram que o Governo assuma o compromisso de actualizar o salário mínimo até 500 euros em 2011, na conferência de imprensa em que anunciaram que a greve geral teve a adesão de três milhões de trabalhadores.

“Não abdicamos de uma resposta positiva ao acordo já assumido do salário mínimo nacional”, disse o secretário geral da CGTP, Carvalho da Silva, referindo-se ao acordo tripartido alcançado em 2006.
Para o dirigente sindical, esta deverá ser a primeira medida adotada pelo executivo liderado por José Sócrates depois de a greve geral de hoje ter mobilizado, segundo as confederações sindicais, cerca de três milhões de trabalhadores, ou seja, três quartos da população activa, estimada em cerca de quatro milhões.
Para já, a CGTP e a UGT não têm contabilizadas as taxas de adesão dos setores público e privado, mas Carvalho da Silva fez questão de sublinhar a “transversalidade” da greve geral, destacando, além da greve dos funcionários públicos, a paralisação do sector privado dos transporte e em muitas empresas dos sectores corticeiro e metalurgia e metalomecânica.
“Nós queremos um diálogo que não seja uma farsa”, acrescentou o responsável pela CGTP.
Além de criticarem a “prioridade do Governo ao défice” em vez de políticas de criação de emprego, tanto Carvalho da Silva como João Proença pediram que esta greve geral reponha os apoios sociais.
“Neste contexto de crise, é obrigatória a reposição da protecção às camadas mais desprotegidas”, nomeadamente o fim do congelamento das pensões e dos cortes nos abonos de família, reiterou Carvalho da Silva.
Por fim, pediram uma “repartição justa” dos sacrifícios” através de uma diferente distribuição da riqueza.
Para João Proença, esta greve significa ainda que os trabalhadores “não só recusam o PEC 3 (Programa de Estabilidade e Crescimento)”, como se opõem a novas medidas de austeridade.
“O objetivo para o défice só não é cumprido se o ministro das Finanças e o Governo forem incompetentes”, considerou João Proença.
Os dirigentes criticaram ainda as declarações da ministra do Trabalho, Helena André, que afirmou que a adesão à greve geral no sector privado é "muito reduzida", porque não houve uma redução no consumo de energia elétrica.
Tendo em conta as declarações da governante, “temos de concluir que os aviões não gastam energia, que os barcos não gastam energia, que muitas empresas privadas não gastam energia. É um fenómeno”, ironizou Carvalho da Silva.
Questionados sobre se, após este protesto, as centrais sindicais ponderam pedir uma reunião ao Presidente da República, os dois sindicalistas puseram dúvidas quanto à recetividade de Cavaco Silva às suas reivindicações.
“Qual presidente?”, perguntou Carvalho da Silva, ao que João Proença acrescentou que “não podemos esquecer que este presidente já está em campanha”.

http://www.destak.pt/artigo/81268-gctp-e-ugt-querem-salario-minimo-500-euros-cumprido-em-2011

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