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21/11/2010

É "urgente trazer esperança para a sociedade portuguesa", diz presidente do Banco Alimentar

A presidente do Banco Alimentar contra a Fome considerou hoje "urgente" trazer esperança para a sociedade portuguesa, que conta com um "vastíssimo número" de cidadãos a viver com 250 euros por mês, uma quantia "manifestamente insuficiente".

Depois da apresentação de um estudo (da Universidade Católica, Bancos Alimentares e Entreajuda) que faz um retrato da pobreza e das instituições que a combatem, Isabel Jonet quis destacar "o vastíssimo número de pessoas que tem 250 euros por mês de rendimento disponível", sublinhando não se tratar apenas de pessoas idosas.

"São também adultos muitas vezes com crianças em casa. Este montante é manifestamente insuficiente", salientou a presidente do Banco Alimentar.

Isabel Jonet referiu ainda o "facto de haver numerosos desempregados que estão a meio da sua vida mas que provavelmente nunca mais vão encontrar emprego e nunca mais vão ter lugar no mercado de trabalho, muito embora estejam em plena maturidade", defendendo que "deviam estar no ativo porque têm todas as capacidades e competências para desempenhar uma actividade laboral".

Para a presidente do Banco Alimentar, "as instituições atingiram aquilo que é o seu limite físico e de recursos humanos e até financeiros", pelo que é necessário "encontrar soluções que sejam alternativas e que permitam auxiliar todas as pessoas que vão ficar com necessidades mais agravadas no próximo ano".

A presidente acredita que, mediante a necessidade, irão surgir "inúmeras soluções muito inovadoras e até menos consumidoras de recursos", que vão possibilitar acolher e chegar a essas pessoas.

"A sociedade civil pode, desde que com criatividade e soluções inventivas, fazer um papel de muita proximidade que vá trazer alívio a estas situações. Mas é preciso para isso que não estejamos à espera que o estado resolva os nossos problemas", realçou.

O modelo de estado social que tinha sido construído e idealizado, explicou, "não era aquele que se poderia manter", sendo preciso "redimensionar a forma como vivíamos".

Apesar das dificuldades sentidas, Isabel Jonet não acredita que existam em Portugal "ódios que possam gerar conflitos imediatos", existindo porém "muitas tensões e sobretudo muitas raivas pela não esperança".

Particularmente "entre jovens e famílias de jovens que investiram muito para lhe dar estudos e vêem que quando saem das universidades não têm lugar no mercado de trabalho".

Por esse motivo defende ser "urgente trazer esperança para a sociedade portuguesa".

http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/E+urgente+trazer+esperanca+para+a+sociedade+portuguesa+diz+presidente+do+Banco+Alimentar.htm

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