Filipe Paiva Cardoso
Os valores são um novo recorde, mas o governo desdramatiza a realidade do desemprego, que agora atinge 609,4 mil pessoas. "Este ano estamos confrontados com um aumento de 0,3 pontos percentuais. Mas, se recuarmos a 2009, esse aumento foi de 0,7 pontos percentuais", comentou a ministra Helena André sobre a subida do desemprego dos 10,6%, entre Abril e Maio deste ano, e os 10,9% agora apontados pelo Instituto Nacional de Estatística. Mas mesmo aceitando a interpretação do governo de desaceleração da subida, há outras realidades em que é difícil ver um lado positivo.
Olhando com detalhe para os valores divulgados pelo INE, conclui-se que o período entre Julho e Setembro deste ano foi o pior para os jovens no mercado do trabalho desde que José Sócrates chegou a primeiro-ministro. Do segundo para o terceiro trimestre de 2010, a população desempregada entre os 15 e os 24 anos passou de 20,3% para 23,4%, o maior aumento trimestral registado desde, pelo menos, o primeiro trimestre de 2005 (ver gráfico). Passando de percentagens para valores absolutos, há hoje 99 mil jovens sem emprego em Portugal, mais 12,2 mil do que os registados entre Abril e Maio deste ano. No ano passado, do segundo para o terceiro trimestre, a subida do desemprego jovem tinha ficado pelos 0,5 pontos percentuais.
Licenciados e mulheres Mas não são só os jovens que estão a pagar a crise. Nos 12 meses terminados em Setembro deste ano, o desemprego entre as mulheres cresceu 17,2% - de 280 mil para 328,2 mil -, estando agora em 11,5%. Nos homens a subida anual no terceiro trimestre foi de 5,1%, para 283 mil desempregados. Em termos trimestrais, o desemprego feminino cresceu 7,1%, enquanto o desemprego masculino recuou 0,7%.
Também os licenciados tiveram um péssimo Verão. A taxa de desemprego entre as pessoas com curso superior disparou 21,5% entre Julho e Setembro, existindo agora 68,5 mil desempregados com estas qualificações - eram 54,8 mil no segundo trimestre.
340 mil sem emprego há mais de um ano Ainda segundo os números do INE, a taxa de desemprego de longa duração - 12 ou mais meses - situou-se nos 6,1% no trimestre que acabou em Setembro deste ano - mais 4% no trimestre e mais 34% do que em Setembro de 2009.
São hoje 339,2 mil pessoas nesta situação, mais 13 mil que o valor registado no final de Junho, e mais 86 mil que em Setembro de 2009. A constante escalada do desemprego de longa duração é um dos sinais mais preocupantes dos valores divulgados ontem pelo INE, já que demonstram a crescente dificuldade que os portugueses sentem em regressar ao mercado do trabalho. E o governo sabe disso.
Olhando com detalhe para os valores divulgados pelo INE, conclui-se que o período entre Julho e Setembro deste ano foi o pior para os jovens no mercado do trabalho desde que José Sócrates chegou a primeiro-ministro. Do segundo para o terceiro trimestre de 2010, a população desempregada entre os 15 e os 24 anos passou de 20,3% para 23,4%, o maior aumento trimestral registado desde, pelo menos, o primeiro trimestre de 2005 (ver gráfico). Passando de percentagens para valores absolutos, há hoje 99 mil jovens sem emprego em Portugal, mais 12,2 mil do que os registados entre Abril e Maio deste ano. No ano passado, do segundo para o terceiro trimestre, a subida do desemprego jovem tinha ficado pelos 0,5 pontos percentuais.
Licenciados e mulheres Mas não são só os jovens que estão a pagar a crise. Nos 12 meses terminados em Setembro deste ano, o desemprego entre as mulheres cresceu 17,2% - de 280 mil para 328,2 mil -, estando agora em 11,5%. Nos homens a subida anual no terceiro trimestre foi de 5,1%, para 283 mil desempregados. Em termos trimestrais, o desemprego feminino cresceu 7,1%, enquanto o desemprego masculino recuou 0,7%.
Também os licenciados tiveram um péssimo Verão. A taxa de desemprego entre as pessoas com curso superior disparou 21,5% entre Julho e Setembro, existindo agora 68,5 mil desempregados com estas qualificações - eram 54,8 mil no segundo trimestre.
340 mil sem emprego há mais de um ano Ainda segundo os números do INE, a taxa de desemprego de longa duração - 12 ou mais meses - situou-se nos 6,1% no trimestre que acabou em Setembro deste ano - mais 4% no trimestre e mais 34% do que em Setembro de 2009.
São hoje 339,2 mil pessoas nesta situação, mais 13 mil que o valor registado no final de Junho, e mais 86 mil que em Setembro de 2009. A constante escalada do desemprego de longa duração é um dos sinais mais preocupantes dos valores divulgados ontem pelo INE, já que demonstram a crescente dificuldade que os portugueses sentem em regressar ao mercado do trabalho. E o governo sabe disso.
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