Os 367 operários da refinaria da Total em Dunquerque (França) voltaram ao trabalho, na segunda-feira, 19, juntamente com os subcontratados da petrolífera, após uma greve de seis meses contra o encerramento das instalações.
O reinício da laboração, para já limitada a operações de manutenção e verificação dos equipamentos, foi determinado pelo tribunal que condenou a Total, em 30 de Junho, a reabrir a refinaria no prazo de 15 dias, sob multa de 100 mil euros por cada dia de atraso.
A decisão judicial, saudada pelos operários que lutam desde Janeiro contra o encerramento, deu razão aos trabalhadores que há muito reclamam o direito de ser informados sobre o futuro da unidade.
E de facto, apesar de a reabertura das instalações constituir uma vitória e um primeiro passo para viabilizar a refinaria, os responsáveis da empresa mantêm a ambiguidade, afirmando que as operações em curso tanto servem para retomar a refinação como para a reconversão das instalações.
O conflito fica por enquanto adiado uma vez que os trabalhos deverão prolongar-se por vários meses, estando para já assegurados todos os postos de trabalho efectivos e de empresas subcontratadas.
Entretanto, a Total recorreu da sentença e prosseguirá a batalha jurídica com a interposição de um outro processo para que a justiça se pronuncie sobre «a questão de fundo».
Recorde-se que o grupo suspendeu a refinação na unidade de Dunquerque em Setembro do ano passado invocando o excesso de capacidade de produção em França. Em Março último, anunciou finalmente a intenção de fechar a refinaria e reconvertê-la num centro de assistência técnica e armazenamento. Graças à luta dos operários, o grupo foi obrigado a recuar várias vezes. Muitos trabalhadores mantêm a esperança de que a refinaria ainda possa ser salva.
http://www.avante.pt/pt/1912/europa/109710/
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