O poder político e o poder económico-financeiro preparam novos ataques e só ainda não avançaram com alguns dos seus objectivos porque os trabalhadores têm agido e mostrado determinação, como se viu no dia 8. Na resolução divulgada após a reunião do Conselho Nacional da CGTP-IN, dia 13, a central reafirma que vai «prosseguir um processo de intervenção e luta sindical ascendente, porque o prosseguimento da ofensiva contra os trabalhadores e a falta de um projecto de desenvolvimento para o País assim o exigem».
Para o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, 8 de Julho foi «mais um passo na nossa luta, a que se juntaram também milhares de outros cidadãos, e a prova de que os trabalhadores não vão baixar os braços, antes vão intensificar o combate firme e determinado.
As acções realizadas dia 8 em todos os distritos «constituíram um importante passo na intensificação da luta dos trabalhadores, registando-se um notável alargamento do descontentamento ao nível das empresas», afirmou, por seu turno, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas. A Fiequimetal salienta que 8 de Julho deve ser encarado como «um sério aviso aos protagonistas das políticas neoliberais».
A CGTP-IN alerta que «o poder político e económico-financeiro dominantes prepara-se para novos ataques» e «alguns dos seus objectivos só não avançaram ainda porque os trabalhadores têm agido e dado grande dimensão às suas lutas, como ainda recentemente em 8 de Julho e, em particular, em 29 de Maio».
Prolongada e diversificada
«Perante a situação que os trabalhadores e o País vivem e aquilo que se perspectiva», a CGTP-IN «assume a hipótese de utilização de todas as formas de luta possíveis», garantindo o Conselho Nacional que «iremos utilizá-las para rentabilizar e potenciar a capacidade de intervenção e luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, tendo presente as suas condições e disponibilidades objectivas, e a avaliação da situação económica e social do País e da evolução do contexto político».
Retomando a palavra de ordem escolhida para as comemorações dos 40 anos da fundação da Intersindical - «Marcamos o tempo com a luta de quem trabalha» -, a CGTP-IN tomou decisões para a actividade a desenvolver nos próximos meses. Mas a resolução aponta perspectivas mais amplas, afirmando que vai ser levada a cabo, «de forma estruturada e contínua, uma acção atenta de denúncia das injustiças, dando corpo e expressão aos justos protestos dos trabalhadores e dos povos, de combate ao amorfismo e às inevitabilidades, de afirmação de solidariedade em defesa dos direitos de quem trabalha, dos desempregados e de camadas da população que são empurradas para a pobreza, ou espoliadas de direitos fundamentais». E previne que «esta acção, que se prolongará no tempo, obriga-nos a acções sindicais e de luta de carácter muito diferenciado, nas formas de concretização e na sua dimensão».
Daqui decorrem as decisões inscritas nos pontos seguintes do documento, designadamente:
- «Intensificar o trabalho de informação, esclarecimento, acompanhamento e mobilização das trabalhadoras e dos trabalhadores portugueses, inclusive durante o período de férias»;
- «Desenvolver, logo a partir do final de Agosto, um intenso e organizado trabalho sindical nas empresas e serviços, concretizando uma acção sindical de resposta aos problemas concretos e de concretização dos processos reivindicativos», trabalho esse que «será sustentado num grande esforço de unidade na acção entre todos os trabalhadores e com as organizações sindicais disponíveis para convergir neste processo»;
- «Afirmar incessantemente as propostas da CGTP-IN, designadamente, no que diz respeito ao relançamento de actividades produtivas e de reindustrialização do País, de aumento das receitas do Estado e de corte em despesas desnecessárias e nos gastos que alimentam compadrios e corrupção».
Grande jornada a 29 de Setembro
A CGTP-IN decidiu realizar, «com objectivos próprios e integrada na luta europeia convocada pela Confederação Europeia de Sindicatos» para 29 de Setembro, uma grande jornada de luta pelo emprego, salários, serviços públicos; contra o desemprego e as injustiças. De acordo com a resolução do CN de 13 de Julho, deverão ocorrer «greves e paralisações de trabalhadores dos sectores privado e público, em moldes a definir por estes e num forte espírito de unidade na acção». Para a parte da tarde vão ser convocadas duas grandes concentrações, em Lisboa e Porto.
Para dia 1 de Outubro, em Lisboa, no âmbito das comemorações do 40.º aniversário da CGTP-IN, vai ser marcada uma grande assembleia de dirigentes e activistas sindicais, «onde se faça a afirmação do projecto sindical desta grande central sindical, se assumam os compromissos necessários para o seu prosseguimento e se afirmem os compromissos de acção e luta sindicais dos tempos próximos».
http://www.avante.pt/pt/1912/trabalhadores/109784/
Sem comentários:
Enviar um comentário