Na manifestação, que decorreu num troço da estrada com aproximadamente 7 quilómetros, estiveram largas dezenas de veículos, sobretudo camiões de empresas locais, que entupiram por completo a circulação nesta zona durante quase duas horas, numa fila de veículos.
Entre buzinadelas, gritos e cartazes de protesto, a marcha lenta teve o objetivo de alertar para o mau estado desta estrada, que liga Alcanena a Alcanede, e cujo pavimento está degradado há mais de uma década, segundo disse à Lusa Paulo Coelho, um dos organizadores locais da iniciativa.
“Este movimento cívico, que não tem ligações a partidos ou poderes, limitou-se a viabilizar um protesto que as populações desta zona já há muito queriam fazer”, referiu à Lusa Luís Ferreira, outro dos coordenadores do movimento.
“Quisemos dar uma mostra de força popular às entidades competentes e mostrar que as pessoas desta zona não estão a dormir e estão fartas desta situação”, referiu ainda Luís Ferreira, afirmando também que as populações da zona “já não acreditam em promessas de obras que têm vindo a ser feitas há vários anos”.
Esta estrada serve uma população de quase 9000 habitantes, segundo cálculos da organização do movimento, nomeadamente das freguesias de Alcanede, Gançaria, Abrã e Amiais de Baixo. Na zona existe ainda alguma indústria, nomeadamente o Grupo JJ Louro e a fábrica de curtumes Inducol.
O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, que não esteve na manifestação, disse à Lusa que está “totalmente solidário” com o protesto e considera “inadmissível como nesta situação única, a decisão dos técnicos do Parque [das Serras d’Aire e Candeeiros – PNSAC] têm mais poder de decisão do que o próprio Ministério das Obras Públicas, que já há muito tempo tem intenção de fazer esta obra”.
Moita Flores referia-se à questão do troço entre Amiais de Cima e Alcanena, cujo traçado terá de ser corrigido, nomeadamente nalgumas curvas, e cujas obras necessitam de parecer prévio do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), visto que esta zona está em perímetro do Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros.
O movimento promotor do protesto diz ter recebido esta semana outra comunicação da empresa Estradas de Portugal (EP), responsável pela estrada, referindo que será lançado em breve o concurso para a primeira fase da obra, que irá decorrer entre Alcanede e Amiais de Cima, num custo previsto de 1,5 milhões de euros, segundo dados adiantados a Luís Ferreira pela delegação regional de Santarém da EP.
A segunda fase da obra, que necessita de parecer prévio do ICNB, vai ligar Amiais de Cima a Alcanena e tem um custo previsto de 2 milhões de euros, segundo a mesma fonte.
http://www.destak.pt/artigo/59098
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