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01/04/2010

Direita italiana avança: Oposição inerte

A coligação de centro-direita de Berlusconi conquistou quatro regiões ao centro- esquerda, nas eleições regionais italianas de domingo e segunda-feira. A abstenção subiu quase oito pontos.

Das 11 regiões que governava desde 2005, de um total de 13 em disputa, o centro-esquerda venceu em sete, mas permitiu o avanço da direita em quatro bastiões seus, caso das regiões cruciais de Lácio (Roma) e Piemonte (Turim) no Norte, bem como da Calábria (Catanzaro) e da Campânia (Nápoles) no Sul.
Para além destas quatro regiões retiradas ao centro-esquerda, a coligação do primeiro-ministro Silvio Berlusconi venceu na Lombardia (Milão) e Vêneto (Veneza), as únicas duas regiões que já controlava, somando um total de seis.
O centro-esquerda manteve as regiões de Emília-Romanha (Bolonha), Toscana (Florença), Apúlia (Bari), Basilicata (Potenza), Úmbria (Perugia), Ligúria (Génova) e Marcas (Ancona).
O Partido Democrático (PD) teve em termos globais uma votação de 26 por cento, praticamente idêntica aos 26,6 por cento obtidos pelo Povo da Liberdade (PDL). A Liga do Norte, aliado do PDL, (o único partido que registou uma subida eleitoral), registou 12,8 por cento e as presidências de Piemonte e de Vêneto, enquanto a Itália dos Valores do juiz Antonio Di Pietro, se ficou pelos sete por cento.
Embora estes números sejam parciais, já que apenas se referem a 13 regiões italianas de um total de 20, o PDL terá ainda assim ficado sete pontos aquém do resultado obtido nas europeias (33%) e nove das legislativas de 2008. Por seu turno, o PD igualou o resultado das europeias mas perdeu sete pontos em relação às legislativas.
Di Pietro reconheceu o mau resultado da oposição, notando que «o PD tem de amadurecer se quiser ganhar as próximas eleições». Já o PD realçou ter ganho sete regiões contra seis conquistadas pela direita, considerando que o «se inverteu a tendência», afirmou Pierluigi Bersani, secretário do partido. Note-se que desde o desastre sofrido pela esquerda em 2008, a direita tem ganho todas as eleições.
A abstenção progrediu significativamente nestas eleições. Um em cada três italianos não votou, situando-se a taxa de participação em 63,6 por cento contra os 71,4 porcento registados há cinco anos.

http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33041&area=8

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