As representações dos portugueses acerca de um conjunto de dimensões da realidade social, política e económica colocam-nos no grupo das populações da UE-27 que avaliam de forma mais negativa o presente e o futuro do seu país. No quadro nos países da UE, Portugal é o que regista o quinto resultado mais baixo para as representações acerca da situação da economia e do emprego. No que concerne a este primeiro indicador, apenas a Letónia, Hungria, Irlanda e Grécia apresentam valores mais baixos; relativamente às representações acerca da situação no mercado de emprego, somente os letões, irlandeses, espanhóis e húngaros avaliam de forma mais negativa a situação do seu país.
O cariz negativo das representações dos portugueses estende-se também à vida em geral, à situação financeira familiar do inquirido, ao modo como a administração pública funciona, às pensões, aos cuidados de saúde, aos subsídios de desemprego ou ao custo de vida. Em todas estas dimensões, a avaliação promovida pelos portugueses é das sete mais baixas no universo dos países da UE. Relativamente à avaliação da forma como as desigualdades sociais são combatidas, Portugal é o país que obtém a oitava pontuação mais baixa, sendo que esta dimensão é muito negativamente avaliada na generalidade dos países da UE – apenas quatro países têm resultados iguais ou superiores a 0 (numa escala -10 a 10).
De referir que as avaliações baixas/negativas promovidas pela população portuguesa acerca do presente, são acompanhadas por uma visão tendencialmente pessimista acerca do futuro nas várias dimensões analisadas.
Pelo contrário, o resultado de Portugal no que toca à relação existente no país entre grupos com diferentes padrões culturais e/ou nacionalidades é positivo e situa-se acima do valor médio para os países da UE-27. A avaliação que os portugueses fazem desta dimensão relacional é, portanto, aquela que em termos comparativos Portugal obtém melhores resultados.
Dinamarca, Suécia, Holanda, Finlândia e Lituânia constituem o grupo de países que surgem mais bem classificadas na maior parte das dimensões analisadas.
O relatório The Social Situation in the European Union 2009 inclui também uma vasta lista de indicadores acerca do emprego/desemprego, pobreza, políticas sociais e habitação, mas a informação veiculada está em grande parte desactualizada.
http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=news&id=79
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