Ao chumbar a compra de 50,1 por cento do capital da Sociedade Portuguesa de
Handling/Groundforce, pela TAP, a Autoridade da Concorrência (AdC) está a pretender impor a sua reprivatização, acusou a Comissão de Trabalhadores, num comunicado onde apelou para que os trabalhadores se mantenham alerta e conscientes da necessidade de lutar pelo futuro da empresa e dos três mil postos de trabalho, salientando que a SPdH «presta um serviço que tem de ser público».
O comunicado recorda como a SPdH acumulou milhões de prejuízos depois da privatização decidida pelo Governo PS, de António Guterres, após a opção falhada da Swissair, e quando a SPdH «contribuía com 1,3 por cento do PIB nacional». A privatização foi depois consumada pelo posterior Governo PSD/PP; «em nome da concorrência», com a entrada da Globália, numa operação que rendeu à TAP 34,9 milhões de euros.
Com a marca Groundforce, a Globália revolveu expandir e internacionalizar-se, «descurando a qualidade do serviço» e colidindo com os interesses da TAP que, representando 65 por cento da facturação da SPdH, era sua principal cliente. Deste conflito «resultou a saída do accionista espanhol, em Março de 2008».
Se, entre 2003 e 2006, a SPdH apresentou resultados de mais de 14 milhões de euros, a partir daí foi acumulando prejuízos que são, actualmente, de mais de 98 milhões, demonstrando, «claramente, que a solução para a empresa e o sector não passa pela privatização mas pela manutenção da SPdH dentro do Grupo TAP», considerou a CT. Em Março, a CT apresentou uma queixa de suspeita de dumping sobre a SPdH e a Portway, mas a AdC recusou investigar, alegando que «só haveria matéria de investigação se uma das empresas declarasse falência». O comunicado condena igualmente a entidade reguladora INAC por recusar reunir com a CT há mais de oito meses, por não regular o sector e se ter manifestado contrária à operação que permitiu à TAP recuperar a SPdH.
Avante - 10.12.09
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
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