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09/12/2009

Utilização de internet em Portugal e na UE-27: preponderância juvenil e dos mais escolarizados

A utilização de internet pela população portuguesa tem registado aumentos contínuos desde 2002. Tanto em Portugal como nos restantes países da UE-27, esta prática está destacadamente vulgarizada entre os mais jovens e os mais escolarizados. Portugal permanece, no contexto da União Europeia, como um dos países com menores níveis de utilização de internet.

Entre 2002 e 2009 a utilização de internet em Portugal mais que duplicou: 19,4% de utilizadores no primeiro período mencionado, 46,5% no segundo. O Quadro 1 demonstra que os homens recorrem mais a este instrumento do que as mulheres. Contudo, a amplitude da diferença tem vindo a diminuir nos últimos anos: em 2002, 24,2% dos homens utilizavam-no, enquanto somente 14,8% das mulheres também o faziam – uma diferença, portanto, na ordem dos 10,0 pontos percentuais; a partir de 2003 essa margem tem variado, em termos gerais, entre os 6,0 e os 8,0 pontos percentuais. Em 2008 e 2009, no entanto, a diferença dessa amplitude aumentou para cerca de 9,0 pontos percentuais – o valor mais elevado desde 2002.
O uso de internet aumentou entre todos os grupos etários definidos no Quadro 1 ao longo dos oito anos em causa. Todavia, existe uma visível desproporção ao nível do volume de utilizadores de internet de acordo com a idade dos portugueses. Enquanto 88,1% e 77,1% dos que têm idades entre os 16-24 e 25-34 anos eram, em 2009, utilizadores dessa tecnologia, tal sucedia apenas com 21,4% e 6,6% dos portugueses com idade entre os 55-64 e 65-74 anos, respectivamente.
Embora tenha havido um aumento anual da utilização de internet nos três níveis de ensino considerados, esta prática tem estado claramente mais vulgarizada entre os portugueses com maiores níveis de escolaridade. Em 2009, 92,6% e 86,8% dos que concluíram, respectivamente, o ensino superior e secundário, eram utilizadores desta tecnologia, descendo essa medida para os 30,1% entre os que completaram apenas o ensino básico. No período temporal em análise destaca-se ainda a diminuição da amplitude da diferença entre os que completaram o ensino secundário e os que completaram o ensino superior. De facto, em 2009, o uso de internet entre aqueles que completaram o ensino secundário ultrapassava já os 85%, aproximando-se dos valores registados entre os que concluíram o ensino superior.

Na Suécia, na Holanda, na Dinamarca, na Finlândia e no Luxemburgo mais de 80% da população utilizava internet em 2008, valor superior à média da UE-27, que se situou nos 62,0%. Portugal, a par da Itália, Chipre e Grécia foi dos países que, em 2008, registou uma menor utilização deste recurso – perto de 40%. Os valores mais baixos de uso de internet verificavam-se na Bulgária e na Roménia, onde respectivamente 35% e 29% da população destes países recorria a este instrumento.

Como se pode verificar no Quadro 2, apenas em Itália, no Chipre, na Bulgária e na Roménia se verificaram, em 2008, taxas de utilização de internet entre os jovens de 16-24 anos abaixo dos 80%. Suécia, Holanda, Dinamarca e Finlândia registam para esta faixa etária valores de utilização de internet que rondam os 100%. Nestes quatro países, até aos 54 anos de idade, as taxas de uso da internet situavam-se sempre acima dos 80%. É nas duas últimas faixas etárias consideradas, tal como acontece em todos os países da União Europeia, que se registam os valores mais baixos, embora na Suécia 50% da população entre os 65 e os 74 anos utilize internet. Por outro lado, em Portugal apenas 5% dos indivíduos daquela faixa etária recorrem a esse instrumento, enquanto o resultado deste indicador para os jovens portugueses se situe muito perto da média europeia – 88%.

Em todos os países da UE-27, no ano de 2008, as taxas de utilização de internet por parte da população com formação média e superior eram mais elevadas e mais semelhantes do que as registadas entre os indivíduos com níveis de qualificações inferiores. Mais uma vez se destacam Holanda, Suécia e Dinamarca, com um maior equilíbrio na utilização de internet entre os indivíduos com diferentes níveis de escolaridade. Contudo, embora nesses países os valores para os utilizadores de internet com baixa formação escolar se situem acima dos 70%, distam cerca de 20 pontos percentuais dos verificados nos níveis de qualificações mais elevados. Em Portugal, as percentagens de indivíduos com o ensino superior e médio concluído que utilizavam a internet eram bastante semelhantes e significativamente mais elevadas do que o verificado entre a população que detinha o ensino básico.

Nota Metodológica: Os dados aqui apresentados dizem respeito à utilização de internet nos três meses anteriores à aplicação do inquérito.

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