O enfoque dado por Georg Simmel sobre a pobreza, estabelece uma forma de pensá-la como uma construção social e, ao mesmo tempo, como uma construção relacional, já que é expressa pela interdependência entre os indivíduos considerados pobres e os não pobres. Neste sentido como a sociedade classifica e hierarquiza as diferenças? Como a dissociação motivada pela indiferença é trabalhada pelo autor? Como se dão as interações entre os pobres e não pobres em Simmel e entre os normais e os estigmatizados em Goffman? O artigo Nos limiares da pobreza e do estigma: um diálogo entre Simmel e Goffman da pesquisadora do Observatório das Metrópoles, Claudinéia Pereira Coura, procura compreender essas questões, articulando os fundamentos do fenômeno da pobreza na sociologia de Simmel, a partir do ensaio intitulado El Pobre, e a dimensão do estigma trabalhada por Goffman em Estigma, Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.
O artigo tem como principal objetivo discorrer sobre os fundamentos do fenômeno da pobreza a partir do enfoque dado por Simmel sobre a temática. Nesta perspectiva, da mesma forma que a pobreza pode ser entendida como uma reação social que se estabelece de acordo com determinada situação, pode-se também pensar o estigma como produto desta mesma reação. Isto leva a pensar sobre como a dimensão do estigma é configurada na cidade onde há, como bem discutiu Simmel em outro estudo, uma prevalência da atitude blasé e da indiferença e, por extensão, da capacidade que o homem metropolitano adquiriu de não “discriminar”, tornando-se, por vezes, atomizado.
Acrescido a isso, destacaram-se nos escritos de Simmel, a cidade como o lugar da busca pela diferenciação e pela liberdade pessoal. Ou seja, como podem ser pensados os limites e/ou a articulação da busca por uma marca ou diferença pessoal com àquela já estabelecida como a desviante/estigmatizante. A partir da tentativa de compreender tais dimensões é que se refle sobre como os conceitos de pobreza e estigma se articulam para pensar a interação social no espaço, sobretudo no espaço urbano, além de analisar de que maneira se dão as formas de ajustamento do pobre e do estigmatizado à sociedade e a forma como estes manipulam sua própria identidade e se apresentam no espaço público.
O artigo foi dividido em três momentos: o primeiro discorrerá sobre as contribuições trazidas no ensaio El Pobre de Simmel para que, num segundo momento, possamos relacioná-las com a dimensão do estigma. Por fim, tentaremos refletir sobre as implicações das categorias discutidas pelos autores na sociabilidade urbana.
Observatório das Metrópoles - 07.10.09
Acrescido a isso, destacaram-se nos escritos de Simmel, a cidade como o lugar da busca pela diferenciação e pela liberdade pessoal. Ou seja, como podem ser pensados os limites e/ou a articulação da busca por uma marca ou diferença pessoal com àquela já estabelecida como a desviante/estigmatizante. A partir da tentativa de compreender tais dimensões é que se refle sobre como os conceitos de pobreza e estigma se articulam para pensar a interação social no espaço, sobretudo no espaço urbano, além de analisar de que maneira se dão as formas de ajustamento do pobre e do estigmatizado à sociedade e a forma como estes manipulam sua própria identidade e se apresentam no espaço público.
O artigo foi dividido em três momentos: o primeiro discorrerá sobre as contribuições trazidas no ensaio El Pobre de Simmel para que, num segundo momento, possamos relacioná-las com a dimensão do estigma. Por fim, tentaremos refletir sobre as implicações das categorias discutidas pelos autores na sociabilidade urbana.
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