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12/05/2009

Schwarzenegger - chantagem com a crise

O aumento do défice da Califórnia tem sido tão acentuado que o Governador do estado norte-americano anunciou que pode ser forçado a libertar 40 mil presos ou a despedir 51 mil professores.

Estas hipóteses só se concretizarão no caso das três medidas propostas pelo Governador Schwarzenegger para equilibrar o défice forem chumbadas na próxima semana.

A administração Schwarzenegger prevê que o défice da Califórnia cresça para 15 mil milhões de dólares até Junho de 2010, alertou ontem o governador do Estado californiano aos parlamentares locais.

Caso os eleitores chumbem os planos para vender obrigações garantidas por ganhos de lotaria e para retirar dos programas especiais as receitas fiscais obtidas sobre o tabaco e os vencimentos mais elevados, então o défice do estado irá aumentar em mais seis mil milhões de dólares.

"A forte desaceleração económica que a Califórnia, tal como o resto do país, tem enfrentado agravou-se substancialmente", escreve Schwarzenegger numa carta aos parlamentares, citada pela Bloomberg.

"Estas alterações no cenário económico e fiscal do estado causaram um novo problema orçamental", acrescenta.

Menos meios para combater os incêndios

Arnold Schwarzenegger deixou ontem o aviso na cidade de Culver City que, no caso destas medidas não serem aprovadas, estão em cima da mesa outras como o corte em 10% do orçamento público para o combate aos incêndios, a libertação de 40.000 reclusos não violentos nem que tenham praticado crimes sexuais; o despedimento de 51.000 professores ou 90.000 porteiros, cozinheiros e condutores de autocarros.

Outras medidas que serão consideradas serão o encerramento das escolas públicas durante 18 dias por ano, ou o aumento em 17% da dimensão das turmas.

Técnica de intimidação pouco ortodoxa

Em reacção, aqueles que se opõem às medidas propostas pela administração de Schwarzenegger acusam-no de estar a usar uma táctica de intimidação para conseguir a aprovação das medidas.

"É apenas a mais recente táctica que o governador está a usar para intimidar os eleitores no sentido destes passarem as medidas que estão destinadas ao fracasso", disse o porta-voz dos sindicatos que se opõem ao limite às despesas.
Diário Económico - 12.05.09

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