Vários autarcas ouvidos pela TSF justificam que há motivos reforçados para decidir abrir de novo as cantinas escolares durante as férias de Natal.
Há Câmaras Municipais que o fazem há vários anos, mas a maioria começou a abrir as cantinas no ano passado por causa da crise. Alguns autarcas afirmam que muitas crianças só comem uma refeição completa quando estão na escola.
Só em Gaia são pelo menos cinco mil as crianças a quem a Câmara espera servir almoço durante as férias de Natal. O vice-presidente da autarquia, Firmino Pereira, sublinha que 60 por cento das famílias não paga nada.
«Os índices económicos das famílias têm baixado substancialmente nos últimos anos, e 60 por cento das crianças simplesmente não paga porque as famílias têm fracos recursos económicos e financeiros. A situação em termos sociais têm-se vindo a agravar. Há muitas crianças que a única refeição que fazem durante o dia é aquela que usufruem nas escolas», referiu Firmino Pereira.
Um pouco mais a Sul, em São João da Madeira, o presidente da Câmara, Manuel Castro Almeida, explica: há vários anos que as cantinas abrem nas férias de Natal. A procura pela comida da escola é cada vez maior.
«Evidentemente tem a ver com as dificuldades que sentem os pais ou os parentes mais próximos. Sentimos que há um número crescente de pessoas com dificuldades e, sobretudo, algumas delas têm dificuldades maiores», destacou Manuel Castro Almeida, referindo a casos de crianças com um dos pais desempregado.
Em Mondim de Basto, a situação é semelhante. Humberto Cerqueira, o presidente da autarquia, espera perto de cem crianças nas cantinas durante as férias de Natal, ou seja, «mais crianças em relação ao ano passado».
«Provavelmente a justificação poderá ser encontrada no facto de mais famílias estarem em situação de precariedade económica, portanto vêem neste serviço uma forma de compensar algumas dificuldades que possam ter em casa», considerou o autarca Humberto Cerqueira.
Também em Braga e em Matosinhos, as Câmaras Municipais vão abrir as cantinas nas férias de Natal. Em Faro, a autarquia está disposta a servir os almoços, apenas espera para saber se a iniciativa conta com a adesão dos pais.
Sem comentários:
Enviar um comentário