Lígia Simões
Pelo segundo mês consecutivo, o índice cai para 36,4 pontos.
Um mês após se terem conhecido as medidas de austeridade mais duras desde o início da crise, o pessimismo voltou a bater recordes. O índice de confiança do ISEG apurado em Novembro e relativo à evolução da actividade económica portuguesa no curto prazo foi de 36,4.
O valor de Novembro, mês em que ocorreu a greve geral em protesto à medidas de austeridade, "traduz uma descida significativa do índice de confiança do painel na evolução da conjuntura face ao valor apurado em Outubro [mês da apresentação do OE/2012], que foi de 37,4", avança o ISEG. "Diminuiu o consenso dos membros do painel relativamente à evolução económica", acrescenta o ISEG na análise.
A nova queda do índice de confiança acentua, assim, a tendência de pessimismo verificada desde Setembro, mês que estabilizou nos 38,4. Os novos recordes surgem depois de Outubro ter ficado marcado pelo anúncio do primeiro-ministro sobre a suspensão dos subsídios de férias e de Natal para os funcionários públicos e pensionistas em 2012 e 2013 e mais aumentos de impostos e cortes nos apoios sociais para o próximo ano.
Recorde-se que, em Outubro, o índice ISEG tinha revelado uma estabilização face a Setembro, depois de em Julho o índice ter atingido um dos valores mais baixos de sempre: 38,5. Um recuo para o qual terá contribuído o anúncio do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal de 2011 e também os aumentos dos preços dos transportes públicos. Apesar do "efeito borboleta" da crise financeira que vivemos, o professor catedrático Jorge Landeiro de Vaz ironiza: "O memorando de entendimento com a ‘troika', antevê, porém, um auspicioso regresso aos mercados (de longo prazo), em 2013. O Governo espera certamente, que o petróleo jorre em abundância, no ‘deep off shore', ao anunciar o fim da crise ou o princípio do fim da crise para 2012".
Sem comentários:
Enviar um comentário