Os Precários Inflexíveis desconfiam da proposta de alargar a atribuição do subsídio de desemprego aos trabalhadores independentes, considerando que tal seria desistir do combate aos falsos recibos verdes, assumindo-os como "verdadeiros contratados".
O memorando de entendimento que Portugal assinou com a "troika' prevê "aumentar a elegibilidade ao subsídio de desemprego a categorias claramente definidas de trabalhadores independentes", mas Marco Marques, dos Precários Inflexíveis, está céptico.
"O que temos visto é que não há uma preocupação de resolver, há uma preocupação em esconder a realidade dos recibos verdes. Agora acenam-nos com esta bandeira, mas o que esperamos é uma desistência do combate aos recibos verdes, assumindo-os como verdadeiros contratados em vez de os passar a contratos verdadeiros", comentou à Lusa.
Marco Marques lembrou que os discursos têm sido centrados "sobre os desequilíbrios do mercado laboral", e que "o ponto de partida é o acordo entre os patrões e a UGT que foi firmado antes do FMI entrar em Portugal".
Essas medidas, continuou, incluem "despedimentos mais fáceis e mais baratos e a redução da taxa social única, ou seja, o caminho para a destruição da estado social".
O representante dos Precários Inflexíveis chamou também a atenção para as restantes propostas que têm sido noticiadas e que vão no sentido de cortar a prestação do subsídio de desemprego, diminuir o período máximo de atribuição, reduzir o valor máximo da prestação e a renegociação de um pacote de medidas laborais.
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