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05/05/2011

Despedimentos colectivos voltam a aumentar

Cristina Oliveira da Silva   

Número de empresas que optam por este instrumento volta a bater recordes em 2011, depois de 2010 ter registado melhorias.
Ainda que o ano de 2010 tenha dado sinais de melhoria no número de despedimentos colectivos realizados pelas empresas, o início de 2011 já aponta novamente para um cenário mais negro.
Nos primeiros três meses do ano, 143 empresas concluíram processos de despedimento colectivo, um número que significa uma subida de 53,8% face ao período homólogo e que chega a ultrapassar os registos do primeiro trimestre de 2009 (110), marcando novo máximo desde, pelo menos, 2004.
Com estes procedimentos, foram alvo de despedimento colectivo, este ano, 1.319 trabalhadores, mais 37,4% do que em 2010, mas aquém dos dados de 2009. Mas a estes despedidos ainda é preciso somar 19 trabalhadores que rescindiram por acordo e 30 a quem foram aplicadas outras medidas. Contas feitas, houve 1.368 pessoas abrangidas pelo processo de despedimento colectivo este ano, quando em 2010 tinham sido 1.104 e em 2009, 1.397.
Os dados, publicados pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), invertem assim a tendência marcada no primeiro trimestre de 2010, que registava descidas face a 2009. Aliás, o ano passado chegou mesmo a fechar com os valores mais baixos desde 2007. Este ano parece haver nova reviravolta, com os meses de Janeiro e Fevereiro a registarem números mais negativos e apenas Março a observar uma melhoria homóloga (e só no número de despedidos). Mas os resultados deste último mês foram, ainda assim, insuficientes para alterar o saldo trimestral. [CORTE_EDIMPRESSA]
A evolução agora registada não surpreende Arménio Carlos, da CGTP, que diz que os números "têm relação directa com a situação económica do País". "Com austeridade vem recessão e com recessão vem a destruição de emprego", sublinha o dirigente.
O futuro, continua o responsável, depende das medidas que venham a ser tomadas. Mas os números da DGERT já dão algumas pistas no caso dos despedimentos colectivos.
No primeiro trimestre, 157 empresas iniciaram processos, abrangendo 1.258 trabalhadores - 15,8% do total da força de trabalho. Se, no primeiro caso, isto significa uma subida homóloga de 21,7%, no segundo já está em causa uma quebra de 39,2%.

http://economico.sapo.pt/noticias/despedimentos-colectivos-voltam-a-aumentar_117339.html

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