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08/03/2011

"Queremos promover a participação democrática"

João Labrincha, Paula Gil, Alexandre de Sousa Carvalho e António Frazão são os organizadores do Protesto Geração à Rasca, marcado para 12 de Março. Ao Destak explicam o que os vai levar à rua e o que pretendem mudar no mundo do trabalho em Portugal.

Onde nasceu a ideia do protesto?
Nasceu de uma conversa entre amigos e na sequência de outras conversas, com outros amigos, todos eles descontentes com a sua situação de precariedade laboral.
Quais os objectivos do Protesto?
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade. Protestamos pela melhoria das condições de trabalho e o fim da precariedade e pelo reconhecimento das qualificações, competência e experiência, espelhado em salários e contratos dignos.
Na vossa opinião o que devia mudar no País?
Temos a esperança de que este protesto promova a tomada de consciência de todos para um problema grave e que vai ditar o futuro da sociedade que temos e que queremos ter. Queremos estimular a participação cívica e democrática e a criação de fóruns e movimentos de cidadania, que encontrem soluções para os diversos problemas de precariedade laboral existentes no País.
O ‘convite’ à participação limita-se aos jovens, ou estende-se a outras gerações?
Pertencem a uma geração todas as pessoas vivas num determinado momento. Já confirmaram a sua presença e apoio pessoas de todas as idades e de todos os cantos do País. Este não é um protesto exclusivo de jovens ou licenciados. A precariedade laboral é, infelizmente, um problema transversal a toda a sociedade portuguesa.
Em vez de bandeiras ou camisolas, pedem às pessoas que levem uma folha A4 com as razões do seu protesto?
Não pedimos bandeiras nem camisolas. A única coisa que pedimos, pois será este o foco do dia 12, é que tragam uma folha A4 com as razões pelas quais estão no protesto e a sua proposta de solução. Posteriormente iremos recolher todas essas ‘vozes’ e entregá-las na Assembleia da República, para que os partidos se possam debruçar sobre elas. Queremos que estas folhas contribuam para a construção de um novo e melhorado caminho no sentido da maior justiça das condições de trabalho.
Qual é a adesão com que contam neste momento?
Não conseguimos prever quantas pessoas estarão no protesto. O número indicado no Facebook é, sabemos, um indicador pouco exacto do número de participantes efectivos. Mas contamos com a mobilização de todos.
Têm ideia se é mais forte em Lisboa ou no Porto?
Não conseguimos prever o número de participantes, tanto em Lisboa como no Porto.
Há um movimento que quer manifestar-se no mesmo dia, pedindo a demissão de toda a classe política – tem o vosso aval?
O Protesto da Geração à Rasca não pede a demissão de nenhum político. Tal como indica o manifesto, as soluções só podem ser encontradas mediante o diálogo entre: políticos, empregadores e nós mesmos. Não foi pedido, nem dado nenhum aval, a qualquer movimento. Este é um protesto aberto a todos os cidadãos que se identificam com o nosso manifesto. Quanto a outros movimentos que não se reflictam no nosso Manifesto, não nos achamos no direito de dar avais porque simplesmente não estamos relacionados.
Apesar dos vossos apelos a que seja uma manifestação pacífica, temem que possa ocorrer situação de violência?
Como em todas as manifestações, há sempre questões de segurança que alguns grupos tentam pôr em causa, mas acreditamos que a maioria dos que saírem à rua, naquele dia, o farão de forma ordeira e pacífica. É porque o protesto é laico, pacífico e apartidário que está a ter grande adesão, pelo menos é isso que os milhares que já confirmaram presença têm escrito no Facebook. O protesto foi comunicado às autoridades competentes e as forças de segurança estão informadas e acreditamos, preparadas, para fazer deste protesto pacífico um bom exemplo de participação activa da sociedade civil.

http://www.destak.pt/artigo/89125-queremos-promover-a-participacao-democratica

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