A Fectrans/CGTP-IN e vários sindicatos realizam uma concentração frente ao Ministério da tutela, na quarta-feira, depois de decidirem futuras acções.
A concentração de 2 de Março terá lugar a partir das 14 horas. A decisão sobre acções futuras e os seus contornos concretos será analisada durante a manhã desse dia, numa reunião de organizações representativas dos trabalhadores – informou a Fectrans no seu sítio na Internet.
No dia 17, em Lisboa, as estruturas sindicais convocaram esta manifestação de dirigentes, delegados e activistas, com convite às comissões de trabalhadores, para darem expressão ao descontentamento sentido pelo pessoal do sector de transportes e comunicações, contra cortes salariais e congelamentos, contra o bloqueio da contratação colectiva e contra a privatização de importantes fatias deste sector estratégico.
«A curto prazo» poderão ser decididas novas greves, adiantou Amável Alves, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN, no final da reunião das organizações que promoveram as lutas de 7 a 11 (e no dia 15) de Fevereiro, no Metropolitano de Lisboa, na CP, na CP Carga, na Refer, na EMEF, na Soflusa, na Transtejo, na STCP, na Carris, nos CTT e noutras empresas.
Citado pela agência Lusa, aquele dirigente referiu ainda que até à data da concentração iriam decorrer reuniões entre os sindicatos e as administrações de algumas das transportadoras. Uma destas seria a da CP Carga, entretanto demitida e que, por isso, anulou a reunião que estava agendada para 21 de Fevereiro. Reagindo a estes factos, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (filiado na Fectrans e na CGTP-IN) decidiu manter os pré-avisos de greve ao trabalho extraordinário, trabalho com falta de repouso e outras situações, para o período de 26 de Fevereiro a 30 de Abril, na CP e na CP Carga.
Ao fim da tarde de segunda-feira, após ter reunido com a CP, o SNTSF admitiu que não vai haver aqui qualquer negociação para compensar os cortes salariais, o que deverá levar à convocação de novas forma de luta. José Manuel Oliveira explicou à Lusa que os representantes da CP disseram estar condicionados pela orientação do Governo e sem autonomia para discutirem outras matérias. Ao contrário da Refer, a CP vai também reduzir o pagamento do trabalho extraordinário e nocturno, além dos cortes nos salários. «Isto significa um prejuízo para a maioria dos trabalhadores e é um problema muito sensível, porque a empresa recorre muito ao trabalho extraordinário, tendo em conta a redução do número de trabalhadores nos últimos anos», avisou o dirigente do sindicato e da CGTP-IN. Como será «natural que haja menos disponibilidade dos trabalhadores para o trabalho extraordinário», deveriam ser contratados trabalhadores para os serviços onde estão a fazer falta.
E a segurança?
Para pedir esclarecimentos sobre o impacto que os cortes impostos pelo Governo estão a ter na segurança do serviço do Metropolitano de Lisboa, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) pediu à Administração uma reunião com urgência. Diamantino Lopes disse segunda-feira à Lusa que as reduções de verbas, tanto para salários, como para outros aspectos do normal funcionamento do Metro, «vão mexer, sem dúvida alguma, com a segurança», até porque «neste momento, já existe um défice do número de trabalhadores em relação às necessidades». Aquele dirigente sindical referiu, a título de exemplo, que a empresa já chegou a pedir a encarregados de movimento (responsáveis por seguir os percursos dos comboios na rede) para fazerem o controlo da circulação em duas linhas. Alguns trabalhadores recusaram-se a fazer serviço em tais condições, o que originou um processo disciplinar e quatro notas de ocorrência.
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