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23/11/2010

Desemprego real é de 14,2%

João Paulo Madeira

O número oficial de desempregados em Portugal superou pela primeira vez a barreira dos 600 mil trabalhadores, mas há milhares de pessoas sem emprego que não estão a ser contabilizadas nas estimativas do INE - Instituto Nacional de Estatística. A taxa oficial de 10,9% não incluiu 184 mil pessoas que surgem como inactivos disponíveis e desencorajados, ou como subemprego visível. Se fossem somadas aos desempregados, a taxa real de desemprego seria de 14,2%.
As estatísticas do desemprego do terceiro trimestre foram anunciadas pelo INE esta semana. A taxa entre Julho e Setembro subiu para 10,9%, contra os 10,6% observados no trimestre anterior. É o valor mais alto de sempre, segundo os registos do INE, e corresponde a uma subida de 1,1 pontos percentuais face ao período homólogo. O número total de desempregados atingiu 609,4 mil, uma subida de 11,3% face ao trimestre homólogo. E cerca de um terço (182 mil) estava há mais de 25 meses à procura de emprego.
Mas os conceitos usados nas estatísticas oficiais escondem realidades muito próximas do desemprego. Os próprios economistas do Banco de Portugal, num estudo publicado este ano, alertaram para a insuficiência do conceito convencional de desemprego, considerando que a taxa oficial «não é suficiente para captar todas as fronteiras relevantes de uma medida de não-emprego».
O INE classifica como inactivos disponíveis todas as pessoas sem trabalho que não fazem diligências para encontrar emprego, como enviar currículos, e há 79,7 mil desempregados registados como tal. Na categoria de inactivos desencorajados, op INE coloca quem está sem emprego e não o procura, porque «considerou não ter idade apropriada ou instrução suficiente, achou que não valia a pena procurar que não havia empregos disponíveis». Estão nesta categoria 31,9 mil pessoas. Já o conceito de subemprego visível, inclui quem está numa actividade com duração inferior à duração normal do posto de trabalho e pretende trabalhar mais horas, sem encontrar empregos disponíveis. Há 72,4 mil pessoas nestas condições.

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=4833

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