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04/03/2010

Trabalhadores da Renault/CACIA iniciam 3ª semana de greve

A greve dos trabalhadores da Renault - CACIA, em Aveiro, entra hoje na terceira semana, com os operários a admitir “endurecer” a luta, perante a recusa da administração da empresa em negociar o Caderno Reivindicativo.

Em declarações à Lusa, Manuel Chaves, da Comissão Sindical da fábrica aveirense disse que os trabalhadores vão reunir na próxima sexta feira em plenário para discutir uma proposta para “endurecer as formas de luta”.

“Todo o feedback que vem é que os trabalhadores estão na disposição de endurecer a luta, porque a administração da empresa não quer sentar-se à mesa para negociar com os representantes dos trabalhadores”, adiantou o dirigente sindical.

Desde 18 de fevereiro, os trabalhadores da Renault - CACIA têm vindo a fazer paralisações diárias de 30 minutos, a meio de cada turno, e uma greve ao trabalho extraordinário para obrigar a administração da empresa a sentar-se à mesa das negociações.

Segundo a Comissão Sindical, cerca de 70 por cento dos trabalhadores da área da produção aderiu à greve, mas para a direção da fábrica a adesão ronda apenas os 33 por cento.

A decisão da greve resultou da falta de resposta da administração ao Caderno Reivindicativo apresentado, que contempla um aumento salarial de quatro por cento.

"No fundo os trabalhadores não estão a pedir um aumento. Estão a pedir para repor aquilo que a empresa não deu no ano passado", adiantou Manuel Chaves, lembrando que os operários não tiveram aumento salarial em 2009, devido à crise no sector automóvel.

A direção alega, por seu lado, não ter condições para ir além de uma atualização de um por cento e mais 0,5 por cento para as evoluções profissionais, atendendo aos prejuízos do grupo Renault e da própria fábrica de Aveiro, que teve uma "margem operacional negativa de três milhões de euros".

No entanto, o diretor de recursos humanos da Renault - CACIA, Francisco Serrador, disse à Lusa que a empresa está aberta a dialogar "noutros pontos do Caderno Reivindicativo”, logo que os trabalhadores ponham fim à greve.

O mesmo responsável admitiu ainda que desde o início dos protestos, a fábrica “já perdeu algumas encomendas” e realçou que esta situação “causa prejuízos e afeta a imagem da empresa”.

Com 1100 colaboradores, a Renault - CACIA é a segunda maior unidade do setor automóvel português, logo a seguir à Autoeuropa. Produz caixas de velocidades e componentes para motores em exclusivo para a aliança Nissan/Renault.

http://www.destak.pt/artigo/55879

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