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31/03/2010

“Fim de formação” motiva mais inscrições nos centros de emprego

O número de desempregados que se inscrevem nos centros de emprego por não conseguirem ingressar no mercado de trabalho após frequentarem programas de formação profissional mais do que duplicou desde Dezembro, face aos primeiros três meses de 2009.

De acordo com os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de pessoas que declara como motivo de inscrição o “fim de formação” ao longo dos últimos três meses foi de 12.640, contra os 5859 em igual período do ano anterior.

O “fim de formação” é assim actualmente o terceiro motivo mais apresentado para a inscrição de novos desempregados nos centros de emprego, depois do “fim do trabalho não permanente” e “despedido”.

De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo IEFP, ao longo do mês de Fevereiro inscreveram-se um total de 4349 pessoas nos centros de emprego do Continente, após terem frequentado acções de formação, contra 2029 que se inscreveram no mesmo mês do ano passado pelo mesmo motivo.

O “fim do trabalho não permanente” motivou a inscrição de 18.893 pessoas, enquanto os “despedidos” foram 8891.

A rubrica “outros”, que inclui reinscrições por falta de resposta injustificada, fim do serviço militar e ex-emigrantes, é também fortemente utilizada, tendo motivado em Fevereiro a inscrição de 10.512 pessoas.

Nas listas do IEFP, surgem também como motivos de inscrição os “ex-estudantes”, “despediu-se”, “despedimento por mútuo acordo” e o “trabalhava por conta própria”.

A Lusa tentou saber junto do IEFP qual a justificação para esta tendência de aumento do número de inscritos que terminam os programas de formação, mas tal não foi possível em tempo útil.

Para a CGTP, por seu turno, os desempregados são encaminhados para formação e colocados como “ocupados” nas listas do IEFP, mas a verdade é que quando a formação termina “há um regresso destas pessoas para a situação de desemprego”.

“A explicação prende-se com uma questão de fundo simples, que é a de que não há criação de emprego e estas pessoas que são colocadas em formação continuam a não encontrar emprego, o que é preocupante”, disse à Lusa o executivo da CGTP Arménio Carlos.

http://economia.publico.pt/Noticia/fim-de-formacao-motiva-mais-inscricoes-nos-centros-de-emprego_1430277

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