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04/01/2010

Sector têxtil - Sindicato da Beira Baixa quer apoios adicionais face ao aumento de pessoas sem subsídio de desemprego

O presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), Luís Garra, reclamou mais apoios sociais adicionais em 2010 face ao previsível aumento de pessoas sem subsídio de desemprego na região.

“Isto tem que ser discutido em simultâneo com novas fontes de financiamento do sistema de segurança social”, afirmou à Agência Lusa o dirigente sindical de um dos sectores mais afectados pelo desemprego na Beira Interior.

Segundo números do STBB, desde 2000 encerraram 57 empresas do sector têxtil e perderam-se 4800 postos de trabalho neste sector no distrito de Castelo Branco.

Luís Garra acredita que ainda não se chegou “ao fim da linha”. “Eu gostava de dizer que sim, mas infelizmente ainda temos situações que merecem alguma preocupação”, sobretudo no sector das confecções.

Empresas ainda em risco

“Há casos concretos, que são públicos, em que se houver uma intervenção podem ser salvas”.

Luís Garra aponta o caso das confecções Proudmoments, paralisadas desde o último trimestre e com 120 postos de trabalho suspensos, no Fundão. “Há um compromisso de que a empresa em Janeiro tentará arranjar uma solução para pôr a fábrica a trabalhar”, referiu.

A Vesticon, no Tortosendo, que no início do ano empregava 200 pessoas reduzidas para 50, “aguarda também por soluções”.

A nível geral, em todo os sectores de actividade do distrito, Luís Garra acredita que haja “mais de 11 mil desempregados” e que “perto de 40 por cento não têm direito a subsídio de desemprego”.

“O que vai acontecer é que muitos dos que entraram no desemprego em 2008 terminam em 2010 o período em que recebem o respectivo subsídio”.

Ou seja, “vai aumentar a percentagem de desempregados sem esse apoio”, algo que “nem a redução do período mínimo para concessão do subsídio (de 450 para 365 dias de trabalho nos últimos dois anos) vai compensar”, refere.

“Esta situação tem que requerer necessariamente atenção e aí é que são precisas medidas adicionais de protecção social. É obrigatório”, referiu.

Discutir fontes de financiamento

Mas ao mesmo tempo “têm que ser discutidas novas fontes de financiamento da Segurança Social. É uma discussão inevitável, porque “não se podem continuar a exigir isenções ou financiamentos através do sistema de segurança social sem lá se meter dinheiro”.

Luís Garra rejeita qualquer cenário de privatização, “tanto mais quando os campeões do liberalismo [EUA] discutem a criação de sistemas públicos de segurança social e saúde”, mas defende formas de taxar “empresas de capital intensivo e lucros”.

“O financiamento da segurança social é feito essencialmente com descontos em função do número de trabalhadores” num sistema que para o sindicalista acaba por não ser justo. “Empresas de capital intensivo”, tecnológicas, por exemplo, com grandes facturações e poucos trabalhadores, “pagam menos que grandes empresas” que empregam mais gente, mas têm menos lucro.

“É uma discussão em aberto”, reconhece, mas que classifica de “prioritária” para 2010.

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1416186

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