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28/01/2010

Esclarecer e mobilizar mais

A CGTP-IN considera que «existem condições objectivas para ampliar o esclarecimento e a mobilização dos trabalhadores, na luta pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho».

A afirmação de Arménio Carlos, da Comissão Executiva da central, fundamenta-se no mapa provisório das iniciativas já programadas até final de Março, integradas na acção descentralizada de âmbito nacional, ratificada pelo Plenário de Sindicatos, a 7 de Janeiro. Com iniciativas públicas por todo o País, a acção culmina na manifestação nacional da juventude, a 26 de Março.
Aquele mapa «reflecte o empenhamento da estrutura e confirma que existem condições objectivas para ampliar o esclarecimento e a mobilização dos trabalhadores, na luta pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho», disse ao Avante! o dirigente, responsável pelo pelouro da Acção Reivindicativa.
Para a CGTP-IN, «este é o tempo certo para combater o medo e as teses da resignação e da inevitabilidade, que o Governo e o patronato persistem em defender, para prosseguirem as políticas que estão na origem das desigualdades e injustiças sociais», e «é também o momento oportuno para assumir a exigência de mudança de políticas, alargando a unidade na acção, transformando o descontentamento e a indignação em luta organizada, transmitindo esperança e confiança em que é possível defender direitos consignados e até conquistar novos direitos».
Os primeiros meses de 2010 «vão ficar marcados por uma forte dinâmica reivindicativa na Administração Pública e no sector privado, pela negociação da contratação colectiva e pelo aumento real dos salários». Mas vai ser também um trimestre de «denúncia e combate às propostas do Governo que, em vez de atacar a precariedade, paga ao patronato para a generalizar». «Este é mais um exemplo da concepção que está subjacente ao Pacto para o Emprego, defendido pelo Governo, que não deixará de ter a resposta dos trabalhadores, caso insista em seguir esta linha de regressão das relações de trabalho», comentou Arménio Carlos, insistindo igualmente no objectivo de reforço da organização de base e no aumento da sindicalização.
A CGTP-IN reclama «um Orçamento de Estado que privilegie a componente social, não os interesses do grande capital», o que «implica uma nova política, que tenha como estratégica central a dinamização do sector produtivo e a ruptura com a actual matriz de “crescimento”».
«Vamos envolver ainda mais os trabalhadores na discussão dos seus problemas, estimulando-os a promoverem a pressão reivindicativa junto do patronato e do Governo», realçou Arménio Carlos.

Lutas em agenda

A concentração da passada quinta-feira, no Porto (que noticiamos com destaque nas páginas centrais), foi a primeira grande acção pública, das que fazem parte da agenda da CGTP-IN e do movimento sindical unitário, durante este primeiro trimestre de 2010. No dia seguinte, como também referimos nesta edição, teve lugar um protesto dos enfermeiros, em Lisboa. O ponto alto da luta dos profissionais de Enfermagem, conduzida pelo SEP/CGTP-IN, ocorre amanhã, quando uma manifestação nacional levar ao Ministério da Saúde o eco da greve de três dias, com início marcado para ontem.
Para amanhã foi convocada greve no CCO do Porto da Refer, por melhores condições de trabalho. Contra a alteração do horário de trabalho e da retribuição, cumpriram greve esta semana os trabalhadores do CDP do Monte de Caparica, dos CTT. Lutas semelhantes ocorrem em Tomar (na próxima semana) e Leiria (8 e 9 de Fevereiro).
No próximo mês, destaca-se a manifestação nacional dos trabalhadores da Administração Pública, dia 5, em Lisboa (concentração às 14.30 horas, nos Restauradores).
Ainda em Fevereiro, trabalhadores do distrito de Lisboa são chamados a concentrarem-se no dia 25, pelas 15 horas, junto ao Ministério do Trabalho, na Praça de Londres. Também dia 25, estarão em greve os trabalhadores das cantinas e refeitórios, com concentração na sede da AHRESP.
Outras iniciativas distritais vão ter lugar em Aveiro (dia 18, 15 horas, concentração junto à Segurança Social), Évora (dia 25, plenário distrital e deslocação ao Governo Civil), Coimbra (dia 26, às 15 horas, concentração na Praça 8 de Maio e deslocação ao Governo Civil», Covilhã (dia 27, às 15.30, manifestação). Ainda com contornos por definir, estão previstas outras acções, em Fevereiro, no Algarve (dia 20) e em Viseu e Leiria (durante a segunda semana do próximo mês).
Na última semana de Fevereiro ou na primeira semana de Março, vão realizar-se acções em empresas dos vários subsectores dos transportes, para exigir melhores salários, respeito pela contratação colectiva e fim da precariedade.
No dia 4 de Março, às 9 horas, trabalhadores do distrito de Setúbal concentram-se na Praça do Quebedo.
No dia anterior, um encontro distrital de dirigentes e activistas tem lugar em Beja, prevendo-se a deslocação dos participantes ao Governo Civil e à ACT. Durante o mês, sem data ainda definida, vão realizar-se acções em Portalegre (entre elas, uma vigília junto ao Governo Civil), Viana do Castelo, Santarém e Funchal. Nos sectores abrangidos pela Fiequimetal/CGTP-IN, as lutas deverão confluir para dia 12, incluindo greves.
No sábado, 26 de Março, em Lisboa, a central e a Interjovem promovem uma manifestação nacional para assinalar o Dia Nacional da Juventude (28 de Março) e, ao mesmo tempo, culminar a acção descentralizada, fazendo confluir para a capital os justos motivos de protesto dos trabalhadores e das trabalhadoras, sob o lema «Geração com Direitos, Garantia de Futuro, Lutamos pela Estabilidade do Emprego; Salários e Horários Dignos».

Braga marca para Março

A União dos Sindicatos de Braga anunciou segunda-feira que vai levar a cabo uma semana de luta contra a precariedade e o desemprego, a partir de 8 de Março, terminando com uma concentração e manifestação, no dia 12, na capital do distrito.
O contributo para a acção nacional descentralizada da CGTP-IN, no quadro do plano de actividades da União para o corrente ano e a par da análise da situação dos trabalhadores, vai estar em debate amanhã, durante o plenário distrital de sindicatos, em que participará também o secretário-geral da central.
Numa nota que divulgou à comunicação social, a USB afirma a determinação de continuar a promover a luta «contra esta prepotência dos patrões e do Governo». Entre os nove factos que arrola para fundamentar a acusação, refere que:
- mais de cinco mil trabalhadores têm centenas de horas extraordinárias por receber ou gozar, pois o «banco de horas» generalizou-se «sempre e só a favor do patrão» e «muitos trabalhadores são despedidos sem receberem este crédito»;
- em diversas empresas, o trabalho clandestino «representa mais de 50 por cento dos trabalhadores ocupados» e, mesmo «parte da distribuição do correio é feita por trabalhadores clandestinos e alheios aos CTT»;
- o desemprego continua a crescer e «a promessa de empregos nas grandes superfícies que abriram foi uma miragem», como sucedeu no Espaço Guimarães, o qual, «dos dois mil empregos directos prometidos, não criou sequer mil e quase todos (95 por cento) são precários».

http://www.avante.pt/noticia.asp?id=32299&area=4

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