O desemprego continuou a subir em Dezembro em Portugal, para 10,4 por cento, e na zona euro, para 10,0 por cento, segundo dados ajustados da sazonalidade divulgados hoje pelo Eurostat.
Estes valores representam subidas de uma décima face a Novembro, em ambos os casos. No conjunto dos 27 Estados-membros da UE, a taxa de desemprego passou 9,6 por cento em Dezembro, face a 9,5 por cento em Dezembro.
O Eurostat estima agora que haja 2,787 milhões de desempregados na zona euro e 4,628 milhões na UE, mas não divulga números de desempregados por país.
De acordo com os dados do Eurostat, Portugal está com o terceiro maior nível de desemprego da zona euro, atrás dos 19,5 por cento de Espanha e dos 13,3 da Irlanda, e o oitavo mais alto da UE. É seguido de perto pela França, com dez por cento – a média da zona euro – e Grécia, com 9,7 por cento.
Estes dados são calculados com base em informação fornecida pelo INE, que calcula trimestralmente o desemprego por inquérito. O último valor conhecido é o de 9,8 por cento relativo ao terceiro trimestre, o que representava 547,7 mil pessoas sem trabalho.
Subida homóloga de quase 30 por cento
Em Dezembro de 2008, o desemprego calculado pelo Eurostat para Portugal era de 8,1 por cento, o que significa que num ano subiu 28,4 por cento, acima do crescimento na zona euro.
Para se ter uma noção mais exacta do fenómeno haveria também que contar com fenómenos como trabalho precário, tipo biscates, e com os desencorajados que saem das estatísticas, sobre os quais estas estatísticas não trazem informação.
A subida abrupta do desemprego, em Portugal e por quase todo o mundo desenvolvido, resulta da crise internacional e não tem ainda data marcada para acabar. Em princípio ao longo deste ano deverá estabilizar.
Apesar de o produto nacional ter crescido no segundo e terceiro trimestres, o desemprego ainda não começou a baixar. Isto resulta por um lado de haver sempre um desfasamento temporal entre o crescimento da economia e a criação de emprego e por outro de os níveis da retoma do ano passado serem ainda muito incipientes.
Este cenário estende-se um pouco por todo o mundo industrializado, como atestam os dados de hoje do Eurostat, que revelam a continuação da subida generalizada do desemprego na Europa, mesmo em países cujas economias já estão em recuperação.
Os dados do Eurostat
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1420383
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
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