Mais de 15 mil enfermeiros, que se concentraram em frente ao Ministério da Saúde, realizaram uma marcha de protesto rumo ao Ministério das Finanças. O protesto marca o fim de três dias de greve com elevados níveis de adesão.
No decorrer da marcha, por ruas cortadas ao trânsito por cordões policiais, ouvem-se palavras de ordem como "basta de ser explorada a formação especializada" e a "luta continua, a enfermagem está na rua".
foto MÁRIO CRUZ /LUSA |
Muitos jovens enfermeiros, vestidos de branco, empunham bandeiras e cartazes onde exigem "respeito" e o salário a que têm "direito".
Os manifestantes entoaram, em uníssono, uma canção dirigida ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, intitulada "Fado Toninho".
"De peito feito para os enfermeiros, arregaça as mangas e põe-se a jeito. Anda lá ó meu cobardolas, vem cá mano a mano que a isso do eu faço e posso, eu mando? Ó meu rapazinho, ai, eu digo assim: se não me seguram dou cabo de ti", cantaram, numa versão adaptada de um fado do grupo musical Deolinda.
Os manifestantes revelaram ter ainda uma outra música reservada para a ministra da Saúde, Ana Jorge, com o título "Sem eira nem beira", numa adaptação dos Xutos e Pontapés.
"Senhora ministra dê-me um pouco de atenção, há dez anos enfermeiro, não subo nem um escalão. Ao humilhar-nos desta forma, a nossa vingança é tal que eu só quero apanhá-la na cama do hospital", diz o refrão.
"Depois de uma greve de três dias com elevadíssimos níveis de adesão, estamos aqui para manifestar a nossa revolta e indignação", declarou à Lusa José Carlos Martins, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Intercaladas com as músicas, os manifestantes entoam palavras de ordem, num tom ensurdecedor, como "ministra escuta, os enfermeiros estão em luta", sob um mar de bandeiras vermelhas, brancas e azuis, com a inscrição do sindicato.
Resolução aprovada
Os manifestantes aprovaram uma resolução, que pretendem entregar no Ministério das Finanças, a declarar que estão "fortemente empenhados" em desenvolver "novas e mais radicais formas de luta" em defesa das suas revindicações.
José Carlos Martins, dirigente do SEP, adiantou que os enfermeiros consideram "inadmissível que o Governo esteja a propor para a carreira especial dos enfermeiros e ao nível da remuneração de ingresso a manutenção dos actuais injustos 1020 euros até 2014 e 2015".
Na cabeça da marcha de protesto, os manifestantes empunham uma tarja com a inscrição "em luta pela valorização dos enfermeiros".
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1482207
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