O Gráfico 1 contém informação acerca do PIB per capita medido em PPS para 39 países, os quais estão divididos em cinco grandes grupos. O valor de referência para os dados aqui apresentados é o valor médio deste indicador para os países da UE-27 (UE-27=100). No primeiro grupo, a amarelo, encontram-se os que apresentam para este indicador valores mais elevados, com particular destaque para o Luxemburgo – país no qual o PIB per capita medido em PPS representava em 2008 mais de duas vezes e meia o resultado médio para os países da UE (ver nota metodológica). Os Estados Unidos integram também este grupo, com um resultado 55% acima do apurado para os países da UE. No Gráfico 2 é apresentada a evolução deste indicador em Portugal, Espanha e Grécia entre 1998 e 2008. Comparando os valores no primeiro e no último período do universo temporal em causa, percebe-se que enquanto em Espanha e Grécia este indicador conheceu um crescimento relativamente acentuado, em Portugal houve um ligeiro decréscimo do mesmo (de 77% para 76%). Se o resultado deste indicador para Portugal em 1998 era inferior ao destes dois países, ao longo do período essa diferença tendeu a dilatar-se. A única região NUTS II portuguesa que apresentava em 2008 um PIB per capita superior à média da UE-27 era Lisboa (é 5% superior), enquanto o resultado alcançado pela Região Autónoma da Madeira coloca-a muito próxima dessa média. Como se pode observar no Gráfico 3, a região Norte é a que mais se distancia do resultado médio deste indicador para países da UE. Os dados expostos no Quadro 1 têm como valor de referência o PIB per capita em Portugal (Portugal=100), não havendo portanto necessidade de utilizar mecanismos de harmonização de níveis de preços (como acontece quando se promovem comparações internacionais assentes em indicadores de riqueza/económicos).
Portugal integra o grupo de países cujo resultado para este indicador varia entre 75-100% do valor de referência. Com um PIB per capita (medido em PPS) de 76%, Portugal é a par de Malta o país mais mal classificado neste terceiro grupo.
O quarto grupo é composto por países que integraram a UE após 2004 (mais a Croácia), enquanto a Roménia e a Bulgária se encontram entre o conjunto de países mais mal classificados – e que na sua maioria têm aspirações a integrar a UE no futuro. Estes dois países apresentam para este indicador um resultado inferior a metade da média verificada na UE-27.
O PIB per capita na região de Lisboa era em 2008 o mais elevado do país: 38% acima da média nacional. O Algarve e, de forma mais vincada, a Região Autónoma da Madeira, situavam-se também acima desse valor médio. O PIB per capita da região Norte era o mais baixo do país, reapresentando apenas 80% da média nacional.
A observação do Quadro 1 permite verificar que a região Norte é a única em que se registou uma queda significativa deste indicador entre 1995 e 2008 (de 85% para 80%). Tendência inversa é a que se regista nas regiões autónomas, sobretudo na Madeira: enquanto em 1995 o seu PIB per capita representava apenas 89% da média nacional, em 2008 situava-se já 28% acima deste valor de referência. Nas restantes regiões NUTS II os resultados são mais ou menos estáveis ao longo de todo o período.
Nota Metodológica: Por Paridade de Poder de Compra Padrão ou PPS (“Purchasing Power Standard”, no original inglês) “entende-se a unidade monetária comum artificial de referência utilizada na União Europeia para expressar o volume dos agregados económicos para efeitos das comparações espaciais, de modo a eliminar as diferenças no nível dos preços entre países. Em termos práticos, PPS é a designação dada pelo Eurostat para esta ‘unidade artificial’ no qual as Paridades de Poder de Compra e as despesas finais em termos reais são expressas, isto é, ‘Euro baseados em UE 27 ou outra combinação’. ‘Euro baseados em UE 27’ são Euro que têm o mesmo poder de compra no espaço da União Europeia a 27. O seu poder de compra é uma média ponderada do poder de compra das moedas nacionais de todos os estados membros da União Europeia, reflectindo o nível de preços médio na referência UE 27 ou, mais precisamente, a média ponderada dos níveis de preços dos estados membros” (INE). Uma unidade de PPS permite, portanto, comprar a mesma quantidade de bens e serviços em todos os países.
O elevado valor do PIB per capita do Luxemburgo é parcialmente explicado pelo facto de muitos dos seus trabalhadores não residirem no país. Embora contribuam para o PIB luxemburguês, estes trabalhadores não são contabilizados como fazendo parte da população residente do país, a qual é utilizada para calcular o PIB per capita.
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
22/12/2009
PIB per capita português representa 3/4 do valor desta medida nos países da UE-27
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita português medido através do índice Paridade do Poder de Compra Padrão (PPS) representava em 2008 76% do valor médio deste indicador nos países da UE-27 (UE-27=100). Lisboa é a única região do país que se situa acima da média da União.
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