O ministro federal do ambiente, Sigmar Gabriel, do Partido Social-Democrata (SPD) apoiou os objectivos da manifestação, que decorreu sob o lema "Vamos Desligar As Centrais -- Energia Atómica Não, Obrigado".
O protesto, que contou sobretudo com o apoio dos Verdes e do Die Linke (Partido de Esquerda), destinou-se a pressionar o poder político a cumprir o protocolo celebrado em 2001 com a indústria nuclear para o encerramento gradual das 19 centrais alemãs, num prazo de 20 anos.
Os democratas-cristãos (CDU/CSU), partido da chanceler Angela Merkel, já anunciaram que pretendem rever o acordo em questão, e prolongar os prazos de funcionamento das centrais nucleares, se formarem novo governo com os Liberais, após as legislativas de 27 de Setembro.
O cortejo de 350 tractores que integrou a manifestação no centro de Berlim começou a formar-se há uma semana em Wendland (Baixa-Saxónia), onde ambientalistas e agricultores lutam há mais de uma década contra a existência do depósito de resíduos nucleares de Gorleben.
"A mensagem destas dezenas de milhares de pessoas à chanceler e aos conservadores é clara, parem de ser o braço prolongado da indústria atómica", disse Sigmar Gabriel no comício de encerramento.
O ministro exigiu também "o fim das prendas de biliões de Euros aos consórcios nucleares, dadas através do prolongamento dos prazos para encerrarem as suas centrais".
Quanto ao problema do depósito final dos resíduos nucleares, projectado para Gorleben "não pode ser resolvido contra a população, e continuando a produzir energia atómica, porque o futuro pertence às energias renováveis", acrescentopu Gabriel.
O novo chefe da Agência Federal do Ambiente, Jochen Flasbarth, demonstrou também simpatia para com os as consignas da manifestação, afirmando que "insistir no encerramento das centrais nucleares é essencial para o abastecimento futuro com energias sustentáveis".
Na opinião de Flasbarth, "a energia atómica é uma tecnologia do passado que não é segura, e apostar nela seria irresponsável".
De acordo com uma sondagem encomendada pela organização ambientalista Greenpeace ao Instituto TNS-Emnid, 59 por cento dos alemães rejeitam a prorrogação dos prazos de funcionamento das centrais nucleares.
J.N. - 05.09.09
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