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02/03/2009

Trabalhadores da Jotex temem fecho da fábrica

Empresa anunciou paragem até dia 16.

Os 60 trabalhadores da fábrica de malhas Jotex, em Espinho, esperam obter, esta manhã, esclarecimentos sobre as dúvidas geradas pela paragem da produção anunciada entre hoje e o próximo dia 16. A gerência tem dito que pretende, durante este tempo, fazer uma restruturação da empresa e também do espaço físico.

No entanto, a tentativa ocorrida na noite do dia 28 de retirar parte da maquinaria, leva a temer que esteja a ser preparado o fim da actividade e, consequentemente, o seu fecho.

Os trabalhadores, na sua maioria mulheres, mobilizaram-se e conseguiram impedir o transporte das máquinas, obrigando a empresa a descarregar os camiões e a colocá-las de novo na empresa.

Apesar de terem sido mandados para casa, decidiram apresentar-se nos seus postos de trabalho hoje, dia em que está prevista uma reunião entre a gerência e o Sindicato Têxtil de Aveiro (STA).

"Esta paragem não foi devidamente explicada. Não sabemos exactamente qual o seu enquadramento legal, porque há versões diferentes. Só a custo garantiram que seria sem perda de vencimento e com compensação de dias", declarou Leonilde Capela, coordenadora sindical.

Apesar de alguns problemas financeiros decorrentes de dívidas à banca e Segurança Social, a Jotex, com quase meio século de laboração, tem garantido o pagamento dos salários e uma boa carteira de encomendas. O depositário das 21 máquinas penhoradas, Manuel Oliveira, deu conta da existência de cobranças coercivas na ordem dos três milhões de euros, em grande parte movidas pela Segurança Social.

Para a União dos Sindicatos de Aveiro, a Jotex estará a "utilizar a crise" para despedir e retirar direitos aos trabalhadores.
D.N. - 02.03.09

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