Este ano, 11% dos alunos do Instituto Politécnico de Bragança ainda não pagaram a segunda prestação das propinas, cujo prazo terminou no dia 15 de Fevereiro. Muitos jovens queixam-se de dificuldades económicas.
Este ano quase duplicou o número de estudantes que nos últimos dois anos lectivos chegaram a esta altura do ano sem ter saldado a segunda prestação das obrigações com as propinas. Nos anos de 2006-2007 e 2007-2008 a média ficou entre 6% a 7%.
O vice-presidente do IPB, Luís Pais, referiu, ao JN, que se fez um levantamento na semana passada e verificou-se que cerca de 700 alunos não havia regularizado o pagamento. No entanto, o docente ressalvou que a situação não é "anormal" e está confiante de que o problema será resolvido em breve. "Muitos estudantes optam por pagar depois do prazo estipulado, pagando uma pequena multa, que varia de acordo com os dias em falta", justificou.
Aliás, aquele responsável considera que o não pagamento das propinas pode não ser um indicador grave e pode nem estar associado à crise. "No IPB, a situação não sofreu uma alteração significativa face a anos anteriores, é uma percentagem aceitável e comum a todas as instituições de ensino superior", frisou.
O IPB pratica a propina mínima, é o instituto politécnico do país que aplica os valores mais baixos. A propina anual é de 580 euros, paga em três tranches, sendo a primeira saldada no acto de matrícula, e é a mais elevada (280 euros), as restantes são pagas no início dos períodos lectivos (150 euros cada uma).
Luís Pais salvaguarda o facto de o valor das propinas "ser acessível", e prefere não associar o atraso no pagamento a eventuais dificuldades económicas das famílias. "Não atribuíria um significado muito grande à questão da crise, que realmente existe, e até pode afectar, mas não sabemos se é assim", disse. O facto de uma percentagem considerável de alunos, nomeadamente os que têm maiores carências económicas, estarem abrangidos por apoio da Acção Social escolar através de bolsas de estudo, tranquiliza o docente. Em 6700 alunos, 2200 recebem bolsa de estudo, cujos valores variam entre 50 e 250 euros.
Todavia, os relatos das dificuldades de alguns alunos já são do conhecimento da Associação Académica de Bragança, cujo presidente, Bruno Miranda, referiu, ao JN, que consta que "há colegas em dificuldades, mas muitos têm vergonha de o admitir". As dificuldades preocupam a associação, por isso Bruno Miranda adiantou que, anteontem, durante uma reunião daquele órgão, abordou-se a possibilidade de se organizarem iniciativas de solidariedade para recolher fundos para ajudar os que precisam.
J.N. - 04.03.09
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