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04/03/2011

Precariedade laboral no sector privado afecta sobretudo os trabalhadores mais jovens (2000-2009)

São eles também que apresentam níveis de escolarização mais elevados.

Em 2009 os trabalhadores do sector privado com idades entre os 15-34 anos apresentam níveis de escolarização intermédia e superior mais elevados em comparação com o verificado entre os trabalhadores mais velhos. Enquanto cerca de 30% e 20% dos que se integram naquela faixa etária concluíram o ensino secundário e superior, respectivamente, entre os trabalhadores com 35 ou mais anos estes valores cifram-se nos 17,2% e 11,8%. Isto significa que mais de 70% dos trabalhadores com 35 ou mais anos tinham concluído no máximo o ensino básico (9º ano de escolaridade). Apesar de a situação no grupo etário mais novo não ser tão negativa, mesmo assim cerca de metade desses trabalhadores têm apenas formação escolar básica.
Os quadros 2, 3 e 4 apresentam informação respeitante ao tipo de vínculo contratual da população trabalhadora do sector privado por grupo etário: o Quadro 2 tem como referência o total da população trabalhadora do sector privado (trabalho a tempo parcial e completo), o Quadro 3 apenas a que trabalha a tempo completo com remuneração base completa e o Quadro 4 tem informação somente para os trabalhadores a tempo parcial. Em todos eles apresentam-se taxas de variação do número de trabalhadores integrados nas categorias em causa entre 2000 e 2009.
Estes três quadros evidenciam que a expressão relativa da contratação a termo é maior entre a população com menos de 35 anos. Em 2009, entre o total da população trabalhadora do sector privado pertencente ao grupo etário dos 15-34 anos (Quadro 2), 37,6% tinham contratos a termo; se se tiver como referência apenas os trabalhadores a tempo completo com remuneração base completa (Quadro 3), esse valor cifra-se nos 35,7%; e, no universo dos trabalhadores a tempo parcial (Quadro 4), essa proporção é de 56,1%.
A informação apresentada permite também verificar não só que o peso relativo dos contratos a termo aumentou nas duas faixas etárias em análise no período 2000-2009, mas também que foi entre a população mais velha que o número de trabalhadores com esse tipo de vínculo contratual mais aumentou. Esta segunda tendência explica-se, em grande medida, pelo facto dos contratos a termo terem tido até há pouco tempo pouca expressão entre os trabalhadores mais velhos – devido à população de referência (ano de 2000) ser relativamente baixa, o aumento dos trabalhadores com mais de 34 anos com este tipo de contrato repercute-se numa expressiva taxa de variação.
O Quadro 5 demonstra que a expressão relativa do trabalho a tempo parcial aumentou entre 2000 e 2009 nos dois grupos etários em causa: de 3,1% para 6,8% no grupo etário dos mais novos; de 2,8% para 5,0% no grupo dos mais velhos. Este facto é reforçado pela taxa de variação do número de trabalhadores a tempo parcial no intervalo temporal em causa: aumento de 112,0% e 152,2% na faixa etária dos 15-34 anos e 35 ou mais anos, respectivamente.
Nota metodológica: Nem todos os casos (trabalhadores) constantes na base de dados têm informação para todas as variáveis analisadas neste texto. Por isso, o cruzamento de variáveis pode dar origem a totais diferentes devido aos missing values das mesmas.
Ver informação para o tipo de contrato
Dados não disponíveis para o ano 2001

http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=indicators&id=210&lang=pt

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