Cerca de 70 alunos da Academia Contemporânea do Espectáculo (ACE), Porto, manifestaram-se hoje à porta da escola contra os atrasos “recorrentes” da entrega dos subsídios para formação, afirmando que há já quem equacione abandonar os estudos.
Em silêncio, a maioria dos alunos desta escola “focada na área teatral” reunidos na manifestação vestiam roupa preta, sendo que alguns decidiram apresentar artes de rua.
Em declarações à Lusa, a aluna Joana Melo afirmou que os cerca de 120 alunos da ACE, que frequentam cursos profissionais do 10.º ao 12.º anos, não recebem os subsídios (transporte, alimentação e alojamento) desde janeiro.
“Sempre houve atrasos nos pagamentos, mas nunca como agora”, garantiu, acrescentando que “um aluno já abandonou a escola e alguns foram despejados”.
A aluna, que não soube contabilizar à Lusa quantos alunos estão com problemas de subsistência devido ao atraso no pagamento, referiu, contudo, que “grande parte dos que são de fora está com dificuldades”.
A aluna Rita Gigante acrescentou que já se deslocaram à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) para saber o que se passa que justifique os atrasos, mas apenas souberam que “há atrasos desde setembro”.
Na escola, acrescentou, vão dizendo que o problema advém do Ministério da Educação e que, “ao contrário do que está a acontecer noutras escolas profissionais, não podem pagar adiantado aos alunos, porque até para pagar aos professores está com problemas por sofrer cortes”.
Os alunos têm direito a 4,11 euros por dia para refeições, cerca de 120 euros para alojamento e a uma verba para transporte, que depende do tipo de passe de cada um.
“Não vamos ficar pelas redondezas da escola, pretendemos ir à tarde à DREN, mas a nossa manifestação será lá silenciosa, optando por apresentar um teatro performativo”, referiu Joana Melo.
Em resposta à Lusa, a DREN afirmou que não tem quaisquer responsabilidades em questões relacionadas com financiamentos, remetendo esclarecimentos para o Programa Operacional Potencial Humano (POPH).
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