Repudiar a intenção do Governo de extinguir a Manutenção Militar e as Oficinas Gerais de Fardamento, com o consequente despedimento colectivo, foi o motivo da concentração de dia 23.
Cerca de 300 trabalhadores, na sua maioria mulheres, em representação dos mais de mil da Manutenção Militar (MM) e dos 340 das Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento das Forças Armadas (OGFE), concentraram-se, em plenário, diante do Ministério da Defesa, em Lisboa, para reclamar medidas que evitem a extinção dos estabelecimentos e garantam os postos de trabalho, ameaçados com a «mobilidade especial».
Os trabalhadores ficaram alarmados quando souberam da informação prestada ao Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (STEFFAS/CGTP-IN) pelo General do Comando de Logística do Exército, segundo a qual estará para breve a saída do diploma que vai extinguir a MM e as OGFE, motivo que os levou a realizarem uma primeira concentração de protesto, dia 17, diante da Presidência do Conselho de Ministros.
Ambos os estabelecimentos militares «deviam ser reestruturados, de forma a ser mantidos ao serviço do País», defendeu a dirigente sindical Celeste Soeiro. Falando na concentração, lembrou que «o Governo pretende destruir estabelecimentos que têm um longo historial e que continuam a fazer falta, o que é incompreensível».
Após a entrega de uma moção dirigida ao ministro da Defesa, aprovada por unanimidade e aclamação, a dirigente do sindicato e da CGTP-IN salientou que «este foi um passo muito importante para reforçarmos e intensificarmos esta luta, que continuará até que estejam salvaguardados os postos de trabalho e a continuação da MM e das OGFE».
A moção lembra que estes trabalhadores têm salários cuja média ronda os 700 euros, «as suas carreiras não são revistas há 33 anos», a maioria tem horários de 40 horas semanais, e o seu vínculo laboral público tem sido desvirtuado e continua por clarificar.
Os trabalhadores exigem a marcação de uma reunião urgente para serem esclarecidos concretamente sobre as intenções do Governo. Do Ministério, obtiveram a garantia de que a informação seria transmitida ao ministro, e de que este lhes marcaria um encontro. «Até lá, devemos manter-nos mobilizados e atentos a todas as movimentações e informações», aconselhou Celeste Soeiro.
Manter a unidade
Presentes na acção, os membros da Comissão Executiva da CGTP-IN, Libério Domingues, coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa, e Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, manifestaram o seu apoio a esta luta.
Em representação dos trabalhadores da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal SA, em Alverca, o representante do STEFFAS, Hélio Matias, recordou como os trabalhadores saíram prejudicados com a venda à Embraer (brasileira), mas salientou que «se não tivéssemos lutado, as consequências tinham sido ainda piores». Referiu a importância de os trabalhadores reforçarem e manterem a unidade na luta pelos seus direitos.
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