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03/03/2011

Loures: Trabalhadores dos SMAS manifestam-se para reivindicar reposição do subsído de deslocação

Cerca de quatro centenas de trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Loures (SMAS) manifestaram-se hoje pelas ruas da cidade para reivindicar a reposição do subsídio de deslocação que auferiam há 27 anos.

A ação de protesto, organizada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), iniciou-se junto à Câmara de Loures, onde foi realizado um plenário pelos trabalhadores municipais, e terminou no edifício onde se estava a realizar uma reunião do executivo municipal, após uma marcha lenta pelo centro da cidade, durante a qual foi distribuído à população um comunicado com os motivos da manifestação.
A principal razão do protesto é o corte de um subsídio de deslocação, de 90 euros, que cerca de 1500 trabalhadores recebiam há 27 anos, e que já motivou em fevereiro uma greve de cinco dias, com impacto, especialmente, na recolha do lixo.
“Já passou um mês desde que fizemos a greve e até agora nada. Na altura o presidente da Câmara (Carlos Teixeira) disse-nos que falaria connosco depois da greve, mas ainda estamos à espera”, disse à agência Lusa o sindicalista do STAL João Coelho.
Face à falta de resposta da autarquia, e num dia em que se realizava a reunião da Câmara, os trabalhadores dos SMAS decidiram “invadir” a sessão e aproveitar o período destinado às perguntas do público para confrontar Carlos Teixeira (PS) com a decisão de retirar o subsidio.
O autarca, à semelhança daquilo que já tinha dito em reuniões anteriores com as estruturas sindicais, respondeu que “o subsídio era ilegal” e que por isso teve de ser retirado.
“A partir do momento em que sabemos que este subsídio era ilegal não o podíamos manter. Em várias câmaras que o tinham alguns trabalhadores tiveram que devolver o dinheiro e não queríamos que essa situação se repetisse aqui”, argumentou o autarca, sublinhando várias vezes que a retirada do subsídio não era uma questão política, mas sim de legalidade.
Alguns trabalhadores da recolha dos resíduos sólidos acusaram ainda a Administração dos SMAS de não “os ter deixado trabalhar no dia seguinte à greve (sábado), tendo no seu lugar contratado uma empresa privada para recolher o lixo que se acumulou.
“Ao chegar às instalações municipais encontrámos as portas fechadas a cadeado e fomos impedidos de trabalhar. Como nos apresentámos ao serviço queremos saber se nos vão pagar esse dia”, questionou um dos trabalhadores.
Na resposta, Carlos Teixeira disse que os fins-de-semana equivalem a trabalho extraordinário que “tem de ser solicitado pelos trabalhadores à Administração dos SMAS às quintas-feiras”, pedido esse que “não foi feito porque os trabalhadores estavam em greve”.
No final da sessão, e após entregarem uma carta aberta ao presidente da Câmara, os manifestantes anunciaram que iam continuar a reivindicar pela reposição do subsídio, tendo já previstas algumas ações de protesto, que irão decorrer durante este mês.
Uma das principais ações de protesto será uma vigília, entre 28 de março e 1 de abril, em que diariamente entre as 11:00 e as 14:00, piquetes de greve vão concentrar-se em frente à Câmara de Loures e ali construir uma caixa de reclamações.

http://www.destak.pt/artigo/89086-trabalhadores-dos-smas-manifestam-se-para-reivindicar-reposicao-do-subsido-de-deslocacao

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