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18/11/2010

Combate à crise financeira vai levar à confrontação social, diz sociólogo

O sociólogo Boaventura Sousa Santos previu hoje que Portugal assista a confrontação social caso se agravem as medidas de restrição de direitos das pessoas em nome do combate à crise financeira que ameaça a zona euro.

"Esta política convida à confrontação social. Estamos a assistir a roubo de direitos, a roubo de dinheiro que as pessoas pagaram. Quando se fazem cortes nas pensões, o dinheiro não é do Estado. Em grande parte, foi dinheiro que as pessoas investiram nas suas pensões", salientou, em declarações à agência Lusa.

Na sua ótica, "se as pensões não são garantidas isso é furto, é uma ilegalidade, e as pessoas sentem isso".

"O mesmo se passa quando os direitos laborais não são respeitados", frisou Boaventura de Sousa Santos, referindo que nos EUA, onde atualmente se encontra a lecionar numa universidade, se fala em "furto de salários".

São as horas extraordinárias que não são pagas, as declarações de falência e "os últimos cheques que nunca são pagos", os subsídios de férias que não são pagos, enumerou, acrescentando que isso mesmo acontece em Portugal, de "direitos ajustados legalmente que os patrões não cumprem".

Boaventura de Sousa Santos entende que a confrontação social vai intensificar-se, lembrando os confrontos em Londres e em França, e vaticinando que outros países vão seguir-se.

"Portugal não pode ser exceção. Se as medidas acordadas neste Orçamento não puderem ser suficientes, e elas já são graves, é de esperar que haja contestação social e confrontação", concluiu.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/20101118+Combate+a+crise+financeira+vai+levar+a+confrontacao+social+diz+soci.htm

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