O dia 5 de Agosto de 2010 nunca mais será esquecido por Júlio Fernandes, 54 anos, morador em Delães, Vila Nova de Famalicão. Nesse dia, Júlio e o filho António, de 25 anos, ficaram os dois sem emprego na fábrica Sacramento Têxteis.
"O meu filho estava desempregado e levei-o para trabalhar comigo, agora estamos os dois em casa", disse Júlio Fernandes.
Pai e filho recebem agora, mensalmente, um subsídio de 419,10 euros. "Eu quero é trabalhar, não sei estar em casa", afirmou ainda o desempregado. Desde que foi despedido, Júlio recebeu um único contacto do Centro de Emprego e Formação Profissional de Famalicão. "Perguntaram-me se queria tirar um curso de informática com a duração de oito dias", recorda.
Júlio Fernandes respondeu que queria aprender informática mas "num curso a sério". "Quem é que aprende informática em oito dias?", questiona o homem de 54 anos que passou toda a vida activa a trabalhar no sector têxtil.
A juntar aos dois homens, há ainda Deolinda, de 50 anos, mulher de Júlio. O subsídio de desemprego termina no próximo dia 23 de Dezembro. "Todos desempregados e eu já sem receber nada. Vai ser um belo Natal", ironiza a antiga operária têxtil.
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